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"Gay não reproduz" e "Gay não é gente fora do Mackenzie" são só algumas das mensagens homofóbicas que foram encontradas pichadas em paredes da universidaude esta semana. Feministas também foram atacadas em mais uma manifestação de ódio endossada pela falta de atitude da reitoria da instituição
Por Redação
[caption id="attachment_98392" align="alignleft" width="197"] Reprodução/Facebook[/caption]
Foram encontradas, na última terça-feira (21), pichações de cunho homofóbico e machista em paredes de banheiros da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo (SP). A denúncia foi feita pelo coletivo LGBT da faculdade nesta quarta-feira (22) mas, apesar da exposição do caso, novas pichações apareceram nesta quinta-feira (23).
Essa é ao menos a quarta vez que estudantes se deparam com mensagens de ódio pichadas pelo interior da instituição. Casos semelhantes foram registrados em 2015 e 2016.
Desta vez, as pichações atacam homossexuais e feministas. Entre as mensagens, frases como "Gay não reproduz" e "Gay não é gente fora do Mackenzie", além de "Feministas imundas". Todas acompanhadas por um "Bolsonaro 2018".
[caption id="attachment_98391" align="alignleft" width="196"] Reprodução/Facebook[/caption]
De acordo com o coletivo LGBT da faculdade, as pichações surgiram após um ato pacífico de LGBTs da instituição que caminharam pelo interior da universidade de mãos dadas em um gesto simbólico de união e enfrentamento.
"Não por acaso, essas expressões de intolerância ocorreram momentos após um grupo de estudantes LGBTs decidirem andar pacificamente pelo campus de mãos dadas. A atitude deles tinha como objetivo fazer com que a população LGBT se sentisse segura e amparada. Ela foi inspirada em uma campanha australiana e neozelandesa que ficou bastante conhecida nos últimos dias nas redes sociais", explicou, por meio de nota, o coletivo.
Os estudantes ressaltam ainda que nas outras ocasiões em que foram encontradas pichações parecidas, a reitoria da universidade nada fez de efetivo para coibir a ação dos agressores.
"Vale ressaltar que pichações de cunho racista foram registradas recentemente, em 2015 e 2016, e até o momento, a Instituição permanece omissa, não tendo desempenhado nenhuma ação efetiva sequer. A Constituição Federal vigente em nosso país, em seu artigo 5°, assegura igualdade de direitos, sem distinção de nenhuma natureza, a todos os cidadãos", escreveram.
[caption id="attachment_98393" align="aligncenter" width="204"] Reprodução/Facebook [/caption]
A universidade, por sua vez, através de uma nota, informou que “foi surpreendida por manifestações anônimas, de caráter discriminatório” e que “não faz, não apoia e condena quaisquer tipos de discriminação, repudia violência física e verbal e seguirá defendendo seus princípios de respeito e amor ao próximo”.
Abaixo, confira a íntegra da nota divulgada pelo coletivo LGBT do Mackenzie.
NOTA DE REPÚDIO O Coletivo LGBT Mackenzista, com o apoio dos Coletivos Afromack, FFM (Frente Feminista Mackenzista) e Frente Ampla Mackenzie da Universidade Presbiteriana Mackenzie vem, por meio deste, manifestar seu total repúdio às pichações de cunho LGBTfóbico e machista encontradas hoje, 22/02/2017, nos banheiros dos prédios 4, 6, 24 e 25 da Instituição. Não por acaso, essas expressões de intolerância ocorreram momentos após um grupo de estudantes LGBTs decidirem andar pacificamente pelo campus de mãos dadas. A atitude deles tinha como objetivo fazer com que a população LGBT se sentisse segura e amparada. Ela foi inspirada em uma campanha australiana e neozelandesa que ficou bastante conhecida nos últimos dias nas redes sociais. É repugnante que uma expressão de apoio, fraternidade e amor tenha uma reação tão odiosa e fascista, de forma que parte da comunidade acadêmica sinta necessidade de regurgitar seu ódio covarde escondida em um banheiro. Ao mesmo tempo, isso mostra a constante exposição à violência a qual todo LGBT está sujeito, mesmo em um espaço como a universidade, onde deveria se sentir acolhido e respeitado. Reforça ainda o significado da manifestação de permanecermos unidos contra todas as opressões. Nós do Coletivo enfatizamos, como temos feito diariamente, que nenhum estudante LGBT dentro ou fora do Mackenzie se deixe intimidar por esse tipo de atitude, lutando para fortalecer seus laços e jamais se esconder. Vale ressaltar que pichações de cunho racista foram registradas recentemente, em 2015 e 2016, e até o momento, a Instituição permanece omissa, não tendo desempenhado nenhuma ação efetiva sequer. A Constituição Federal vigente em nosso país, em seu artigo 5°, assegura igualdade de direitos, sem distinção de nenhuma natureza, a todos os cidadãos. O direito à liberdade, ao amor e ao respeito, além do dever de ocupar todos os lugares de maneira igual, prevalecem diante do pensamento pobre e limitado de uma parcela fascista e preconceituosa de nossa comunidade, que insiste em distribuir ódio e preconceito, na tentativa de nos colocar como parte insignificante dos espaços de decisão e de poder. Dessa maneira reiteramos a exigência de que a Reitoria da Universidade Presbiteriana Mackenzie e o Instituto Presbiteriano não meçam esforços para que não só apurem o ocorrido, mas que também se posicionem oficialmente a respeito. Existimos e resistimos.