Aluna nota máxima do Enem queria Medicina, mas foi inscrita em Produção de Cachaça. MEC nega invasão no sistema

Tereza Gayoso, de 23 anos, nota máxima na redação do exame e que pretendia cursar medicina, soube nesta terça-feira (31) que havia sido inscrita em produção de cachaça. MEC nega em nota a invasão, atribui a confusão a vazamento de senha e diz que sistema “foi definido na gestão anterior e estava em funcionamento”.

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Tereza Gayoso, de 23 anos, nota máxima na redação do exame e que pretendia cursar medicina, soube nesta terça-feira (31) que havia sido inscrita em produção de cachaça. MEC nega em nota a invasão, atribui a confusão a vazamento de senha e diz que sistema “foi definido na gestão anterior e estava em funcionamento”. Da redação com Informações da Época Tereza Gayoso, de 23 anos, nota máxima na redação do exame e que pretendia cursar medicina, soube nesta terça-feira (31) que havia sido inscrita em produção de cachaça, no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, em Salinas. “Eu não consigo acreditar que fizeram essa ruindade comigo.” O site do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação, teria sido hackeado na noite da segunda-feira (30) após terem sido divulgados os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. O MEC, no entanto, nega a invasão e atribui a confusão ao vazamento de senha. Além disso, o órgão diz ainda que “todo o sistema de operacionalização do ENEM foi definido na gestão anterior e estava em funcionamento, não podendo ser alterado no meio do processo” (Leia a nota na íntegra abaixo). Vários estudantes foram inscritos em cursos escolhidos pelos hackers. Um estudante do Distrito Federal, também afetado pela ação dos hackers e que pediu para não ser identificado pela reportagem, afirmou que foi inscrito em ciências sociais na Universidade Federal do Acre, contra a sua vontade. “Acho triste eu precisar me preocupar com minha segurança em um site do governo”, afirmou. “O site do Ministério era para ser, teoricamente, seguro.” Candidatos selecionados para as vagas no curso Produção de Cachaça, no IFNMG (Foto: Reprodução) Candidatos selecionados para as vagas no curso Produção de Cachaça, no IFNMG (Foto: Reprodução) Atualização: Às 19h30, o Ministério da Educação encaminhou a seguinte nota para a redação: Sobre suposto hackeamento dos sistemas do Sisu e Enem o MEC/Inep esclarecem: 1- Os sistemas do MEC e do Inep não registraram, até o momento, indício de acesso indevido a informações de estudantes cadastrados, que configure incidente de segurança. 2- Há relatos na imprensa de casos pontuais de acesso indevido a dados pessoais de candidatos, que teriam possibilitado mudança de senha e de dados de inscrição, como opção de curso. A senha é sigilosa e só pode ser alterada pelo candidato ou por alguém que tenha acesso indevidamente a dados pessoais do candidato. 3- Casos individuais que forem identificados e informados ao MEC como suposta mudança indevida de senha e violação de dados, o MEC vai remetê-los para investigação da Polícia Federal.  Nos dois casos citados pela imprensa, o Inep já identificou no sistema data, hora, local, operadora e IPs de onde partiram as mudanças de senha. Os dados serão encaminhados para a Polícia Federal. 4- Ressaltamos, também, que todas as ações realizadas no sistema são registradas em “log”, de forma a possibilitar uma auditoria completa. 5- A Secretaria de Ensino Superior (SESU) destaca que a atual gestão assumiu em maio de 2016, com o processo do ENEM 2016 em curso, na última semana de inscrições. Por isso, todo o sistema de operacionalização do ENEM foi definido na gestão anterior e estava em funcionamento, não podendo ser alterado no meio do processo. 6- Para o ENEM 2017 as equipes do INEP/SESU estão trabalhando para aperfeiçoar o Exame, de forma a garantir segurança e tranquilidade aos inscritos.