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Ainda não se sabe se foi o Facebook que derrubou o evento ou se ele foi cancelado pelos próprios organizadores. Ideia era reunir milhares de pessoas para ficarem nuas em frente ao MAM como forma de protesto contra os ataques que o museu vem sofrendo
Por Redação
O evento "Movimento pela libertação da arte", que propunha um protesto em frente ao Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) no sábado (7), não está mais disponível no Facebook.
Milhares de pessoas já haviam demonstrado interesse no evento. A ideia é que os manifestantes ficassem nus como forma de protestar aos recentes ataques que o museu vem sofrendo.
Fórum entrou em contato com algumas pessoas envolvidas com o movimento de Cultura em São Paulo, bem como com alguns internautas que estavam confirmados no evento, e ninguém soube explicar o que aconteceu. As suspeitas são de que o próprio Facebook - que não retornou aos questionamentos da reportagem - tenha derrubado o evento, tendo em vista a postura da rede social ao censurar fotos de nudez. O repórter e colunista de cultura da Fórum, Julinho Bittencourt, foi uma das vítima da censura imposta pela rede de Mark Zuckerberg.
Levante direitista contra a liberdade artística
A investida fascista organizada por grupelhos de direita contra a liberdade artística em museus, que vem contaminando parte da sociedade, segue a todo vapor. Depois do fechamento da exposição “Queermuseu”, em Porto Alegre (RS), sob a acusação de apologia à pedofilia, artistas e outros museus passaram a ser perseguidos em todo o país. Depois da polêmica, o Museu de Arte de São Paulo (MASP) começou a censurar obras com nudez ou conteúdo “erótico”.
O ápice aconteceu na semana passada, quando o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) passou a ser atacado por conta de uma performance em que um artista fica nu e o público pode interagir com ele. O vídeo que deu início aos discursos de ódio contra o MAM, retirado de todo o contexto da apresentação, mostra crianças tocando o corpo do artista. O museu se posicionou contra os ataques moralistas e informou, por meio de nota, que a sala da performance estava sinalizada com avisos de que a apresentação continha nudez e interação com o público e que as crianças estavam acompanhadas da mãe. Mesmo assim, os ataques ao museu continuaram e no sábado (30), a assessora de imprensa do MAM foi atacada por um manifestante.
Desde então, cresce nas redes sociais uma campanha de solidariedade ao museu, endossada por artistas, intelectuais e por outros museus. As manifestações de apoio podem ser conferidas segundo a tag #SomosTodosMAM.