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Denúncia é da vereadora Juliana Cardoso (PT), que foi até o endereço que consta no CNPJ da Plataforma Sinergia, empresa que fez parceria com a prefeitura para fazer a "farinata". Produto é alvo de investigação no Ministério Público e de um pedido de CPI na Câmara dos Vereadores
Por Redação
As polêmicas em torno da "ração humana" que o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), pretende distribuir aos pobres e as crianças não param de aumentar. Depois de se constatar que a Plataforma Sinergia, empresa responsável pela produção da "farinata", não tinha capacidade de produzir em escala industrial, agora descobriu-se que a fabricante sequer tem endereço.
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A denúncia é da vereadora paulista Juliana Cardoso (PT), que foi até o endereço que consta no CNPJ da empresa, que seria Avenida Dr. Cardoso de Melo, 291.
Ao chegar no endereço e falar com o porteiro no interfone, a vereadora descobriu que aquele é um prédio residencial e que ali não funciona empresa alguma. O telefone que constava no registro da fabricante pertencia a uma família.
“Eu estou curiosa para entender o que é essa farinha. E aí eu vim aqui na empresa, conforme está no CNPJ, para ver se eu conheço a empresa, verificar o que é essa Sinergia. E a gente chega aqui e não existe essa empresa. É um prédio residencial, conforme o porteiro nos disse. Está tudo muito estranho”, disse a petista.
Anunciada na semana passada como parte do projeto da prefeitura "Alimento para todos", a "ração humana" é um granulado a base de restos de alimentos próximos ao vencimento processados que, segundo o prefeito, seria distribuído às pessoas em situação de vulnerabilidade social. Com a repercussão negativa, Doria recuou e disse que "não tinha nada definido" e, mais recentemente, avançou novamente e disse que a farinata seria distribuída na merenda das crianças da rede municipal.
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Nesta quarta-feira (19), mães e familiares protestaram contra a inclusão do produto na merenda dos alunos.
O granulado de Doria é alvo de uma investigação do Ministério Público paulista, quer prova científica e exame pericial que atestem o valor nutricional do produto. Nesta quinta-feira (20), a vereadora Sâmia Bomfim (PSOL) protocolou na Câmara Municipal um pedido de abertura de CPI para investigar a ração humana.
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