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O incêndio no Caminho São Sebastião, comunidade de Santos, litoral de São Paulo, que destruiu 200 moradias, é resultado de desleixo da administração Beto Mansur, atual primeiro secretário da Câmara que foi prefeito da cidade. Este é o veredito de vários técnicos que estiveram à frente do projeto de reurbanização do local no início da década de 90 e que foi interrompido por Mansur.
Da Redação
O incêndio no Caminho São Sebastião, comunidade de Santos, no litoral de São Paulo, que destruiu 200 moradias, é resultado de desleixo da administração Beto Mansur, atual primeiro secretário da Câmara que foi prefeito da cidade. Este é o veredito de vários técnicos que estiveram à frente do projeto de reurbanização do local no início da década de 90 e que foi interrompido por Mansur.
A região, também conhecida como Dique da Vila Gilda, é considerada uma das maiores favelas de palafitas da América Latina. Na década de 90, no final da gestão Telma de Souza e início do prefeito David Capistrano, um trecho grande da comunidade começou a ser urbanizado.
De acordo com Carlos Ojeda, diretor técnico da Companhia de Habitação da Baixada Santista (Cohab Santista) na época, conta ainda que o sucessor de David Capistrano, Beto Mansur (PRB-SP), atual primeiro secretário da Câmara dos Deputados, interrompeu a obra, que foi retomada apenas seis anos depois, mas só no setor habitacional e totalmente desfigurada. Uma grande parte da região continuou tomada por palafitas e toda a obra de infraestrutura foi completamente abandonada.
Segundo Ojeda, a obra não era voltada apenas para habitação. “Havia um financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e outro menor do governo Collor, chamado de Plano de Ação Imediata para Habitação (PAIH). Com ele iniciamos obra de habitação, drenagem e também a tentativa de acabar com o lixão do Sambaiatuba que, apesar de ficar em São Vicente, impactava toda a baixada”, explica.
Mauro Scazufka, Presidente da Cohab e gerente do projeto do Dique durante os dois anos finais do governo Capistrano, destaca que “no período em que a obra ficou abandonada não houve controle da ocupação e áreas que haviam sido desocupadas para realocação nas novas moradias voltaram a ser ocupadas, condenando a evolução do projeto ao custo projetado”. Ele completa ainda que “com o Governo LULA, já nos anos 2.000, a obra foi retomada com recursos do PAC. Foram feitas novas construções, mas o controle de novas invasões nunca voltou a ter a qualidade inicial”.
A Prefeitura de Santos aderiu ao PAC Favelas e depois ao Minha Casa Minha Vida. Com recursos destes programas foram implantados os conjuntos Pelé II e Caneleira IV, este ultimo inaugurado recentemente e atendendo parcialmente a demanda dos sucessivos incêndios na Vila Telma.
O incêndio e as doações
A área atingida pelas chamas tem cerca de 6 mil metros quadrados. O fogo começou na noite de ontem (02) por volta das 20h30 e foi controlado em torno das 23h. Até agora, 11 pessoas passaram pelo Pronto Socorro, nenhuma delas com gravidade.
Vários pontos da Baixada Santista estão fazendo doações para os moradores que perderam tudo. Na tarde desta terça-feira (3), às 14 horas, a Prefeitura inicia, no Centro de Convivência São José (Rua Tenente Durval do Amaral, 366) a distribuição de roupas e alimentos às vítimas do incêndio.
Antes de retirarem as doações as vítimas precisam passar no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Rádio Clube (Av. Brigadeiro Faria Lima, s/nº) para a confirmação de dados e pegar senha para tirar as doações.
As doações estão concentradas no Fundo Social de Solidariedade, que depois repassa o material à Secretaria de Assistência Social (Seas).
Até às 2 horas, segundo balanço da Prefeitura, tinham sido distribuídas 315 senhas de pessoas atendidas na Escola Pedro Crescente. Cinco pessoas solicitaram vaga em abrigo público.