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Os escritores Ivone Benedetti e Bernardo Kucinski participaram de um debate sobre a ditadura militar sob o viés da literatura brasileira e fizeram comparações da época com o atual momento político vivido pelo país
Por Beatriz Sanz
Na noite da última quinta-feira (14), os escritores Ivone Benedetti e Bernardo Kucinski conversaram sobre as experiências da ditadura militar relatadas em seus livros “Cabo de Guerra”, de Benedetti, e “Os visitantes”, de Kucinski. O debate foi mediado pela jornalista Masílea Gombata.
“Para mim é um alívio ter acabado este livro”, disse a escritora, quando falou sobre o processo de escrita. Segundo ela, a obra não evocou lembranças de sua experiência pessoal, porém, mesmo assim foi doloroso.
Os dois autores lembraram que o momento de instabilidade política pelo qual o Brasil passa atualmente guarda semelhanças com a ditadura, ressaltando também que a violência das instâncias militares seguem fazendo vítimas nas periferias do país.
Benedetti destacou que o Brasil vive momentos cíclicos de democracia e de crise. “O nosso maior inimigo é nossa mentalidade autoritária”, ressaltou.
A escritora ainda destacou que o ensino de História é deficitário e se tornou pior desde a ditadura. Para ela, a redemocratização não soube melhorar os currículos escolares, o que impede que os jovens tenham consciência dos horrores do regime no Brasil.
Para Kucinski, a questão do capitalismo não pode ser ignorada, já que o mercado financeiro internacional continua a fazer pressão para controlar nossa política interna.
Foto de Capa: Ana Yumi Kajiki/ Divulgação