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Cerca de 50 secundaristas que ocupavam unidades de ensino no estado, em protesto contra a 'máfia das merendas', foram reprimidos - com relatos até mesmo de assédio sexual - e detidos pela PM em uma ação sem mandado judicial. SSP alega que os conduziu para "serem identificados e prestarem esclarecimentos". Assista ao vídeo [imagens fortes] de uma das desocupações realizada pela polícia
Por Redação
Movimentos estudantis, pais e alunos convocam para as 17h desta sexta-feira (13), na Praça do Ciclista, em São Paulo, uma manifestação em solidariedade aos estudantes secundaristas presos e contra a chamada 'máfia das merendas', que tem como suspeitos de envolvimento deputados estaduais e membros do primeiro escalão do governo do estado.
Pela manhã, a Polícia Militar realizou operações de desocupação em ao menos três unidades da rede de ensino estadual que estavam ocupadas pelos estudantes: na Escola Técnica Tiradentes (Etesp Tiradentes), Diretoria de Ensino Centro-Oeste e Diretoria de Ensino Norte-Guarulhos). Todas as intervenções, de acordo com os estudantes e seus advogados, teriam sido realizadas sem uma decisão (mandado) judicial.
A secretaria de Segurança Pública (SSP), até o momento, não divulgou um número exato de estudantes detidos, se limitando a informar, por meio de nota, que "desocupou pacificamente as unidades de ensino" e que "alguns estudantes foram detidos para identificação e prestação de esclarecimentos". Versão contestada pelos estudantes.
"Na hora da invasão o choque já entrou batendo nos escudos e em ponto de batalha. As mulheres presentes foram humilhadas, fomos levadas ao banheiro uma a uma e obrigadas a retirar as roupas para 'revista minusiosa' e ainda ouvir palavras de baixo calão dirigidas a nós, nos chamaram de vagabunda e outras coisas", disse à página 'O mal educado' uma aluna que ocupava a Diretoria de Ensino Norte-Guarulhos e que preferiu não ser identificada.
De acordo com o governo, as desocupações sem mandado judicial foram realizadas sob a recomendação da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) que, anteriormente, já havia sido procurada pelo até então secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes (recém-nomeado ministro da Justiça pelo governo provisório de Michel Temer), para que fosse usado o conceito de autotutela, em que o Estado é o responsável pelos seus bens.
Depoimentos e imagens divulgadas por jornalistas e estudantes, no entanto, contrastam com a informação da SSP de que as desocupações foram pacíficas. Um vídeo divulgado pelos Jornalistas Livres, por exemplo, mostra a violenta condução dos estudantes para a viatura policial na Diretoria de Ensino Centro-Oeste.
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Foto: O Mal Educado