À PF, Mirian Dutra diz que FHC paga até hoje “despesas educacionais” do filho dela

Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil
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Antiga amante do ex-presidente afirmou que inicialmente os valores eram entregues pessoalmente e depois passaram a ser depositados; nota divulgada por seus advogados não cita supostos pagamentos feitos pela Brasif, mencionados pela jornalista em entrevistas Por Leonardo Fuhrmann A jornalista Miriam Dutra afirmou em depoimento à Polícia Federal, na tarde de quinta-feira (07/04) que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) paga despesas educacionais do filho dela, Tomas Dutra Schimidt até os dias atuais. Ela saiu do depoimento sem dar entrevistas aos jornalistas, com a alegação de que estava muito cansada. Seus advogados destacaram que o investigado no caso é o ex-presidente. O jovem, atualmente com 25 anos, cursa mestrado em Ciências Econômicas na Espanha, onde mora, assim como a mãe. Segundo ela, o filho é fruto de seu relacionamento com o político tucano. FHC fez um exame de DNA junto com Tomas nos Estados Unidos e o resultado não foi conclusivo. No entanto, o ex-presidente, segundo ela, paga todas as despesas educacionais do jovem desde a educação infantil. A ex-amante de FHC afirmou ainda que os pagamentos foram feitos de várias formas ao longo desses anos. Inicialmente, com a entrega de dinheiro vivo em mãos e depois com depósitos, primeiro na conta dela e, nos dias de hoje, diretamente na conta de Tomas. Mirian afirmou ainda que mudou de espontânea vontade para a Europa em 1992, onde mora desde então. Ela destacou ainda que foi funcionária da Rede Globo em regime de exclusividade por mais de 30 anos, vínculo interrompido em dezembro de 2015, e sempre viveu exclusivamente de seu salário. O dinheiro de FHC, segundo o depoimento, serviu apenas para o pagamento das despesas do filho. A nota - assinada pelos advogados José Diogo Bastos Neto e Maíra Beuchamp Salomi, que a acompanharam no depoimento – não há qualquer menção aos pagamentos de US$ 3 mil que o ex-presidente teria feito a ela a partir de 2003 via Brasif, empresa que controlava os free-shops na época em que o tucano presidia o Brasil. Também não cita os apartamentos que, segundo ela declarou em entrevista ao DCM, o ex-presidente manteria em Paris e Nova York. Nem o apartamento de 200 mil euros que FHC teria dado ao filho dela. Por fim, a versão que ela mudou para a Europa por “vontade própria” desmente a informação divulgada pela própria jornalista de que foi enviada pela emissora para o exterior depois de vir a tona a informação de que ela tinha um filho de FHC. O objetivo era evitar que essa revelação pudesse atrapalhar a campanha do ex-presidente à reeleição. Irmã de Miriam, Margrit continuou em Brasília, em cargos comissionados no PSDB no Senado.