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Em entrevista, presidenta fez um resgate de como o investimento em usinas térmicas foram essenciais para que se evitasse um racionamento nos últimos anos de seca e fez críticas às gestões tucanas com relação a esta pauta: "Há um tratamento gentil quanto ao volume morto do Cantareira. Nunca chegamos ao volume morto no sistema elétrico". Confira trechos
Por Redação
Na entrevista de mais de uma hora e meia concedida a blogueiros na tarde desta quarta-feira (20), em Brasília, a presidenta Dilma Rousseff começou falando sobre os últimos investimentos do governo federal no setor termelétrico e como este tipo de ação foi essencial para evitar o racionamento de energia ocorrido na gestão de seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
De acordo com a presidenta, o Sudeste - considerado a 'caixa d'água' do país pelas bacias entre Minas Gerais e São Paulo - sofreu entre 2013 e 2015 uma das piores secas de sua história e o acionamento de usinas térmicas, as chamadas 'termas', construídas ao longo de seu governo, foram as responsáveis para que se evitasse um racionamento mas ao mesmo tempo contribuíram para o aumento da inflação, já que custam mais caro.
"Isso [o acionamento das termelétricas] produziu para nós um dos efeitos mais deploráveis em 2015, que foi um brutal salto inflacionário. Por que nós tivemos de despachar todas as termas. E, como eu disse, vai da mais barata para a mais cara. E nós chegamos a mais cara. Mas não tivemos racionamento, e o custo do racionamento é infinito. Da terma, não. Você absorve e passa. Depois que absorveu, acabou. Racionamento demora pelo menos uns 4 anos. Uma das explicações da inflação foi isso", disse Dilma, fazendo críticas à imprensa que, segundo ela, torcia para que houvesse em seu governo, de fato, um racionamento.
"Todo ano eles falavam que ia ter racionamento. Chegou em 2013 e eles falavam que nós éramos irresponsáveis e que ia ter racionamento no ano em questão (...) Havia uma organizacão que dizia todo dia que ia ter racionamento. Todo santo dia. Por que? Por que é óbvio que essa torcida do racionamento é uma torcida que mostra uma inviabilidade absoluta do país. Você deixar um pais desse tamanho sob racionamento...", analisou, aproveitando para tecer críticas às gestões tucanas com relação à pauta. "Nisso, o FHC [Fernando Henrique Cardoso] foi um exemplar gestor. De racionamento", disse com relação ao seu antecessor.
"A falta de água é admitida no Cantareira (SP). Há um tratamento amigável, gentil, quanto ao problema do volume morto. Nunca chegamos ao volume morto do sistema elétrico. E houve um racionamento mascardo em São Paulo. Eu fico imaginando se também o racionamento não foi algo distribuído para a população mais pobre", pontuou, se referindo ao governo de São Paulo, comandado por Geraldo Alckmin (PSDB).