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A filha de Itamar Assumpção faleceu em decorrência de um câncer na semana passada mas, de acordo com sua irmã, Anelis Assumpção, o tratamento com óleo de cannabis, ainda proibido no Brasil, foi o mais efetivo para o alívio das dores, enjoos e incômodos provocados pela doença e pela quimioterapia; Anvisa liberou nesta segunda-feira a prescrição e importação de medicamentos com canabidiol
Por Redação
Em um texto emocionado publicado na sua página do Facebook, a cantora Anelis Assumpção revelou que sua irmã, a também cantora Serena Assumpção, fez um tratamento a base de maconha antes de falecer em decorrência de um câncer na última quarta-feira (16).
De acordo com Anelis, de todas os tratamentos alternativos pesquisados pela família, o que tem como base o óleo de cannabis foi o mais efetivo para o alívio de dores, enjoos e incômodos causados pela doença e pela quimioterapia.
"Infelizmente a doença avançou violentamente, mas eu sei que foi muito importante pra ela não sentir dor, parar de vomitar, conseguir comer - que era uma das suas atividades preferidas - dormir tranquila", escreveu a artista, que ainda fez críticas aos "boicotes" que esse tipo de pesquisa sofre por parte de alguns setores.
"A cura não lhe foi possível, mas está entre os benefícios ofertados pela maconha, sim. E muita gente se curou. Fato de difícil comprovação por conta dos boicotes que impedem que pesquisas comprovadas sejam de conhecimento público", analisou.
O tipo de tratamento citado por Anelis, apesar de toda a eficácia citada em inúmeros casos, diferentemente de outros lugares do mundo, continua proibido no Brasil. Há casos, inclusive, de pessoas que chegaram a ser presas por usar a maconha como base para algum tratamento medicinal.
A única abertura com relação à maconha no Brasil está relacionada ao canabidiol e tetrahidrocannabinol (THC), substâncias encontradas na planta da cannabis sativa. Em janeiro de 2015, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) retirou o canabidiol da lista de substâncias proibidas e o classificou como medicamento de uso controlado. Nesta segunda-feira (21), o órgão autorizou o publicou no Diário Oficial da União a liberação para precrição e importação de medicamentos com a substância.
“Muitos desses produtos não são registrados como medicamentos em seus países de origem, não tendo sido, portanto, avaliados por qualquer autoridade sanitária competente. Assim sendo, não é possível garantir a dosagem adequada e a ausência de contaminantes e tampouco prever os possíveis efeitos adversos, o que implica riscos imprevisíveis para a saúde dos pacientes que os utilizarão", ponderou, em nota, a agência.
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