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Servidores acreditam que pedido de exoneração por parte de Fabíola Sulpino Vieira ocorreu por pressão interna e intimidação, após o presidente do Instituto divulgar nota declarando apoio à PEC
Por Redação
Fabíola Sulpino Vieira, coautora de um artigo crítico à PEC 241, que limita os gastos públicos por vinte anos, pediu para ser exonerada de seu cargo de coordenadora da área da Saúde no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), após o presidente do órgão emitir nota rebatendo seu artigo e declarando apoio à proposta do governo de Michel Temer.
A exoneração pegou servidores do Instituto de surpresa. Para muitos deles, o caso revela “intimidação” e “pressão interna”. O Ipea negou qualquer tentativa de retaliação à funcionária. A nota técnica assinada por Vieira junto com o pesquisador Rodrigo Benevides afirma que, caso entre em vigor, o congelamento de gastos públicos deve acarretar perdas de cerca de R$ 743 bilhões somente na área da Saúde.
Já o comunicado emitido pelo presidente do Ipea, Ernesto Lozardo – que assumiu o cargo após o afastamento da presidenta eleita Dilma Rousseff – diz que as conclusões são de “inteira responsabilidade dos autores” e, ainda, busca deslegitimar o texto, classificando-o como “irrealista” e “desconectado”.
Os autores são contundentes em seu artigo e demonstram que a PEC “impactará negativamente [...] o direito à Saúde no Brasil”, pois parte do “pressuposto equivocado de que os recursos públicos para saúde já estão em níveis adequados”.
Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados