Chico Macena: Como será o (São Paulo) amanhã?

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O desejo de uma cidade mais humana começa a ganhar corpo. A percepção dos paulistanos de que devemos ter uma preocupação maior com os pedestres, evitar acidentes, aumentar as faixas exclusivas para ônibus, também caminha nesta direção

Por Chico Macena

Responda quem puder. Cada cidadão paulistano se consultado, dará uma resposta diferente, de acordo com suas utopias, aspirações ou visão pessoal da cidade. Otimismo, pessimismo, crença, descrença e grau de informação podem influenciar as respostas. Talvez, consigamos ter uma unidade maior nas respostas ao perguntar quais são os “desejos de cidade”: sem trânsito, sem violência, agradável, aberta, inclusiva, solidária, ambiental e socialmente sustentável, próspera.

Nesta perspectiva, os resultados das duas pesquisas apresentadas, uma pela Rede Nossa São Paulo e outra pela Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), durante a Semana da Mobilidade, são alentadores, pois demonstram que a percepção das pessoas é que a cidade pode mudar para melhor e que, em certa medida, isso já está ocorrendo. Elas captam também o reconhecimento do acerto de políticas públicas, ou seja, que este governo não apenas está sintonizado com os desejos coletivos, como vem promovendo mudanças para satisfazê-los.

Segundo a “Pesquisa sobre Mobilidade Urbana” lançada pela Rede Nossa São Paulo e a FecomercioSP, em parceria com o Ibope, 90% da população é favorável a construção e ampliação de corredores e faixas exclusivas para ônibus, mesmo entre aqueles que usam carro todos os dias. Soma-se a essa aprovação um desejo (explícito na pesquisa) de ampliação da rede de transporte coletivo, metrô, trem e ônibus na cidade e que tenha maior qualidade. É justamente isso, que faz 83% dos entrevistados afirmarem que deixariam de usar o carro se houvesse uma boa alternativa de transportes.

Corredores e faixas exclusivas, ônibus novos com wi-fi e ar condicionado são algumas das medidas que a Prefeitura de São Paulo vem tomando para aumentar o conforto do transporte coletivo. Com isso, o desejo de uma cidade mais humana começa a ganhar corpo. A percepção dos paulistanos de que devemos ter uma preocupação maior com os pedestres, evitar acidentes, aumentar as faixas exclusivas para ônibus, também caminha nesta direção.

Os cidadãos começam a se conscientizar de que devemos ter um programa efetivo de proteção à vida. Outro resultado da pesquisa foi uma surpresa positiva para todos nós: ela constatou a aprovação de 43% das pessoas à medida de redução da velocidade nas marginais. Depois de toda campanha contrária, isso demonstra que a população começou a entender e a perceber os objetivos de tal medida: reduzir o número de acidentes com vítimas na cidade de São Paulo. O apoio de 88% dos entrevistados para que se multe quem parar em cima da faixa de pedestres é também expressão deste desejo.

A abertura dos espaços públicos para a população, ganha amplo apoio. Por exemplo, a utilização exclusiva de ruas e avenidas, como a Avenida Paulista, para lazer e circulação de pedestres e ciclistas as domingos, teve 64% de aprovação. As Subprefeituras vêm realizando audiências públicas para adotar a medida (Rua Aberta) e a ampla maioria dos participantes, não só tem apoiado, como reivindica que esta medida seja adotada no seu bairro. A Prefeitura quer promover a abertura destas ruas, mas aposta na participação social como elemento fundamental tanto na definição do modelo a ser adotado e dos locais a serem abertos, quanto na avaliação posterior do projeto.

Na pesquisa da Rede Nossa São Paulo/Ibope, 59% dos entrevistados afirmaram que apoiam a construção e ampliação das ciclovias e 3% declararam usar a bicicleta como meio de transporte. No caso das ciclovias, a pesquisa “Perfil de quem usa bicicleta na cidade de São Paulo”, da Ciclocidade, aponta para a importância da cidade possuir um sistema cicloviário: 40% dos ciclistas das regiões central e intermediária começaram a pedalar há menos de um ano e 19% há menos de seis meses. A pesquisa apontou ainda que 70% dos ciclistas da capital pedalam pelo menos 5 vezes por semana e 40% disseram ganhar entre zero e dois salários mínimos. Isso indica que em cima de uma bicicleta, todos são iguais, tanto na Avenida Paulista, quanto nas ciclovias espalhadas por todas as regiões da cidade. A ciclovia é um elemento de inclusão social, por meio da mobilidade urbana disponível às mais distintas classes sociais.

Enfim, se fizermos a pergunta do título aos mesmos entrevistados das pesquisas, certamente teremos respostas diferentes: otimistas, pessimistas, omissas, crentes. Mas, tenho certeza que o resultado das políticas que a gestão do Prefeito Fernando Haddad vem implementando na cidade, vai ao encontro das suas aspirações, sonhos e desejos, de uma cidade mais moderna, mais humana e mais justa. A Prefeitura de São Paulo está dando uma resposta à altura dos desafios da cidade.

Chico Macena, 53 anos, é administrador e Secretário do Governo do Município de São Paulo

Foto: https://www.flickr.com/photos/palacios/