PMs teriam limpado cena do crime do menino Eduardo

Segundo moradores do Complexo do Alemão, policiais militares teriam recolhido as provas perto do corpo; perícia não encontrou cartuchos, cápsulas e nem mesmo o projétil que atingiu a criança

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Segundo moradores do Complexo do Alemão, policiais militares teriam recolhido as provas perto do corpo; perícia não encontrou cartuchos, cápsulas e nem mesmo o projétil que atingiu a criança Por Guilherme Franco Na última quinta-feira (2), o menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, foi vítima fatal de um tiro na cabeça durante uma operação do Batalhão de Choque da Polícia Militar, no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. De acordo com moradores do Conjunto de Favelas que prestaram depoimentos na Divisão de Homicídios (DH), policiais recolheram cápsulas de balas que estavam junto ao corpo logo após a morte de Eduardo. Na perícia realizada poucas horas após a morte do jovem, especialistas da DH e do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) não encontraram cartuchos, cápsulas e nem mesmo o projétil que perfurou a cabeça de Eduardo. Esse sumiço reforça a versão de testemunhas sobre a suposta ocultação de provas por parte de PMs e também coloca em xeque o teor dos depoimentos dos policiais, que afirmaram ter havido uma intensa troca de tiros no local. Nesta semana, a DH deve fazer uma reconstituição para tentar identificar de onde partiu o tiro que matou Eduardo. Os oito policiais investigados estão lotados no Batalhão de Choque, e todos negaram ter atingido o menino. Entenda o caso Eduardo de Jesus Ferreira brincava no celular na porta de casa nesta quinta (2), quando foi baleado. A família da criança acusa os policiais militares, que faziam uma operação na comunidade, de ter dado o tiro que matou o jovem. A morte repercutiu depois que viralizou nas redes um vídeo no qual uma criança aparece caída chão e ensanguentada. Nas imagens, é possível ver agentes do Batalhão de Polícia de Choque (BPCHoque) e ouvir pessoas os chamando de “covardes” e “assassinos”. Na última sexta-feira (3), a morte do menino gerou protesto de moradores na região. Houve repressão policial, com o uso de bombas de gás e spray de pimenta em manifestantes. Sábado (4) houve um novo protesto na comunidade.  Com informações de O Globo Foto: Agência Brasil