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Quase uma semana após a prisão preventiva de Marice Corrêa, juiz decide voltar atrás por ter dúvidas se é ela mesma a pessoa que aparece, em um vídeo, em uma agência bancária realizando depósitos. Antes, ele havia chegado a afirmar que 'os vídeos não deixavam qualquer margem para a dúvida'
Por Redação
O juiz Sergio Moro, responsável pelas investigações da operação Lava Jato, ficou em dúvida quanto a uma de suas decisões. Ele mandou nesta quinta-feira (23) soltar Marice Corrêa de Lima, cunhada de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, detida na última sexta-feira(17).
Ela havia sido presa preventivamente sob a alegação de ter realizado depósitos bancários a Giselda Rousie de Lima, esposa de Vaccari. Para os procuradores, Marice ajudava o ex-tesoureiro a receber doações ilegais de construtoras e a principal prova para acusá-la eram vídeos de uma agência bancária em que ela supostamente aparecia realizando a operação.
Agora, porém, constatou-se que Marice se parece muito fisicamente com Giselda e há dúvidas se é a cunhada de Vaccari mesmo quem aparece nas imagens. De acordo com o advogado da cunhada de Vaccari, Claudio Pimentel, quem aparece no vídeo realizando depósitos seria a própria Gilselda.
"Neste momento processual, porém, não tem mais este Juízo certeza da correção da premissa utilizada, de que ela seria a responsável pelos referidos depósitos, em vista da constatação posterior da semelhança física entre Marice e Giselda e da admissão por esta última de que seria a responsável pelos depósitos. Também não há mais certeza de que Marice teria então faltado com a verdade em seu depoimento no inquérito quanto a não ser a responsável pelos depósitos", disse Moro no despacho.
O juiz, que há poucos dias havia chegado a afirmar que 'os vídeos não deixavam qualquer margem para a dúvida', agora prefere analisar melhor as 'provas' para decidir qual será o futuro da cunhada de Vaccari.
A Polícia Federal informou que faria uma perícia das imagens e apresentaria um laudo preliminar até o fim da prisão temporária de Marice, que havia sido prorrogada para este domingo (26). Moro, porém, por avaliar que o laudo definitivo demoraria para sair e diante das dúvidas que foram levantadas, optou por decretar a revogação imediata de sua prisão.