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Em dezembro do ano passado, o magistrado Marcelo Baldochi - que responde ainda por denúncias de trabalho escravo - se atrasou para um voo e, irritado ao ser impedido de embarcar, deu voz de prisão a funcionários da companhia aérea; assista ao vídeo
Por Redação
Após ser afastado de suas funções pelo Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA) em dezembro do ano passado, o juiz Marcelo Testa Baldochi voltou a trabalhar na segunda-feira. Ele é alvo de um processo administrativo aberto para investigar o episódio em que deu ordem de prisão para funcionários da TAM, ao se atrasar para um voo e ter sido impedido de embarcar.
Baldochi retomou suas atividades normais na 4ª Vara Cível de Imperatriz (a 636 km de São Luís), no sul do Maranhão. O juiz havia recorrido ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que tomou a decisão, liminarmente, de autorizá-lo a retomar o cargo.
O caso agora deverá ser decidido pelo plenário do CNJ, o que ainda não tem data para ocorrer. Para conseguir a decisão liminar, o magistrado argumentou que apenas testemunhas de acusação foram ouvidas pelo TJ-MA e que não houve concessão de prazo para defesa.
Entidades como a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Associação dos Magistrados do Maranhão (AMMA) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Maranhão, condenaram a atitude do juiz de dar voz de prisão aos trabalhadores da empresa aérea após chegar atrasado ao aeroporto. Em entrevista à época do fato, os funcionários disseram ter se sentido “humilhados” com a situação.
Em seu histórico de polêmicas, Marcelo Baldochi responde ainda por acusações de utilizar trabalhadores em situação análoga à escravidão em uma propriedade sua, a fazenda Pôr do Sol, em Bom Jardim (MA). Em 2011, ele foi condenado pela Justiça a indenizar em R$ 31 mil quatro desses trabalhadores, um deles menor de idade quando a denúncia veio a público.
Veja o momento da discussão no aeroporto de Imperatriz:
Foto de capa: Reprodução