Escrito en
BRASIL
el
O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou dois policiais militares pela morte da auxiliar de limpeza Cláudia Ferreira, arrastada por cerca de 350 metros por uma viatura policial, ao cair do veículo; segundo a denúncia, eles assumiram o risco de matar e, depois, alteraram a cena do crime
Por Vladirmir Platonow, da Agência Brasil
O Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro denunciou dois policiais militares pela morte da auxiliar de limpeza Cláudia Ferreira, baleada em um tiroteio com traficantes no Morro da Congonha, em Madureira, na zona norte do Rio, em 2014.
Claudia foi arrastada por cerca de 350 metros pela viatura policial, ao cair da mala do veículo, quando era levada para um hospital. Os policiais Rodrigo Boaventura e Zaqueu Pereira Bueno foram denunciados por homicídio doloso qualificado. A notícia foi divulgada hoje (12) pelo MP.
A 2ª Promotoria do 3º Tribunal do Júri entendeu que houve dolo eventual na conduta dos policiais, pois eles assumiram o risco de causar morte ao fazer disparos de fuzil em uma situação em que qualquer pessoa que passasse pelo local poderia ser atingida.
O MP concluiu que Rodrigo e Zaqueu, e mais quatro PMs que participaram da ação, alteraram o cenário do crime, na medida em que removeram o corpo de Claudia do local onde ela foi baleada, colocando-o no interior da viatura, a pretexto de socorrê-la, mesmo sabendo que já se encontrava morta.
Também foi denunciado o traficante Ronald Felipe dos Santos, por tentativa de homicídio qualificado contra os policiais e por associação para o tráfico. Na época do crime, a defesa dos policiais alegou que o motorista da viatura não se deu conta de que a porta traseira do veículo estava aberta e que Claudia estava sendo arrastada na pista. De acordo com a defesa, o motorista só descobriu isso quando foi alertado por outro policial.
Foto de capa: Pragmatismo Político