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Marlon Alves Pidde foi julgado culpado pela morte e tortura de cinco trabalhadores rurais em 1985, em Marabá, no Pará. O ruralista vai recorrer em liberdade
Por Igor Carvalho
Após 29 anos, o fazendeiro Marlon Alves Pidde, de 65 anos, foi condenado a 130 anos de reclusão pelo assassinato e tortura de cinco trabalhadores rurais na fazenda Princesa, que fica em Marabá, sudeste do Pará, em 1985. À época, o fato ganhou repercussão nacional e ficou conhecido como "Chacina da Princesa".
Pidde foi considerado pelo Tribunal do Júri de Belém, o mandante dos crimes. Também foram julgados Lourival Santos Rocha e José Gomes de Souza, sendo que o primeiro foi condenado aos mesmos 130 anos de prisão e o segundo, ao completar 70 anos, foi beneficiado pela prescrição de seus crimes. O quarto réu, ausente na sessão, era o irmão de Pidde, João Lopes, que foi absolvido.
Os cinco trabalhadores rurais foram torturados durante dois dias seguidos, sendo assassinados com diversos tiros após as sessões de espancamento. Antes, o fazendeiro e seus jagunços haviam sequestrado as vítimas em suas casas.
Durante sua fala, o promotor José Rui de Almeida Barbosa narrou a morte dos trabalhadores. "Quando todos já estavam na sede da fazenda, por volta de 17 horas, os cinco agricultores foram amarrados, torturados, queimados e em seguida cruelmente assassinados pelos pistoleiros contratados pelo fazendeiro."
Pidde passou 19 anos morando em São Paulo sem ser alcançado pela Justiça ou pela polícia, que o consideravam foragido. O fazendeiro usava documentos falsos quando foi preso em 2006 e planejava morar nos EUA.
Foto de capa: Marcello Casal Jr./Arquivo ABr