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Meninas de 9 a 13 anos terão acesso à dose na campanha de vacinação do SUS
Por Redação
[caption id="attachment_40393" align="alignleft" width="300"] Antes da PDP, o acesso à vacina era feito pelo sistema privado de saúde (Fotos GOVBA/Flickr)[/caption]
A vacina contra o papiloma vírus (HPV) começará a integrar a Campanha de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) no dia 10 de março deste ano. As primeiras doses serão aplicadas em meninas de 11 a 13 anos, e a previsão é de que, em 2015, o grupo de adolescentes de 9 a 11 anos também possa ter acesso à vacina. O programa de prevenção contra o vírus faz parte da Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), entre a empresa Merck Sharp & Dohme (MSD) e o Instituto Butantan. O projeto visa à transferência de tecnologia da empresa estrangeira atual produtora da vacina para o laboratório público brasileiro.
Antes do projeto, o acesso à vacina contra HPV era feito por meio do sistema privado de saúde. Portanto, as vítimas das complicações relacionadas ao vírus, que podem desenvolver câncer no colo de útero, são mulheres com dificuldade para financiar a prevenção particular. Segundo o Portal da Saúde, em 2011 5.160 mulheres morreram por causa da doença no Brasil. Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a nova medida também facilitará na educação sexual das meninas beneficiadas.
“O dia de hoje marca dois passos importantes na história da saúde pública. O primeiro é a proteção de futuras mulheres contra uma doença sexualmente transmissível. Por meio da campanha de vacinação, vamos iniciar um processo de conscientização e orientação sexual para essas meninas que ainda vão iniciar a vida sexual. O segundo passo importante é a redução dos gastos da população na área da saúde: ao ter acesso gratuito à vacina contra o HPV no SUS, as famílias vão deixar de gastar R$ 1 mil reais na rede privada na compra de três doses para proteger suas filhas contra um problema sério e grave, o câncer de colo de útero, que em algumas regiões do país é a principal causa de morte entre as mulheres”, declarou Padilha no dia 10 de janeiro, no Instituto Butantan.
O ministro também ressaltou a importância do Instituto Butantan para a realização do programa: “Ao investir mais de R$ 400 milhões na compra da vacina contra o HPV este ano – dobrando o faturamento do instituto –, o Ministério da Saúde dá um forte apoio à modernização do Butantan, mantendo o seu papel na saúde pública e de espaço formador de pesquisadores. Vamos contribuir para que continuem fazendo pesquisa e inovação tecnológica.”, informou.
O investimento do Ministério da Saúde será de R$ 1,1 bilhão na compra de 36 milhões de doses da vacina durante cinco anos – período de transferência de tecnologia para o laboratório brasileiro. A estimativa de economia com a parceria é de R$ 78 milhões na compra da vacina, já que o Ministério pagará cerca de R$ 30 por dose. Na rede privada, a mesma dose chega a custar R$ 300.
Doses
A vacina disponibilizada pelo SUS será a quadrivalente, que previne contra quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18). Os tipos 16 e 18 são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo de útero, que representam 95% dos casos de câncer no Brasil.
Para ser imunizada contra o HPV, a menina deverá tomar três doses. Após a primeira, a segunda dose deve ser feita em seis meses, e a terceira só após cinco anos depois da primeira. Por isso é necessário que a imunização comece na idade da adolescência, antes do início da vida sexual.