Paulo César Ribeiro é acusado de influenciar o direcionamento de uma licitação milionária da prefeitura de Pindamonhangaba para a empresa SISP Technology S.A
Da Redação
Em decorrência de uma ação civil por improbidade administrativa, a Justiça de Pindamonhangaba bloqueou, por meio de uma liminar, os bens de Paulo César Ribeiro, conhecido como Paulão, cunhado do governador Geraldo Alckmin. De acordo com o Ministério Público de São Paulo, o embargo alcança o valor total de R$ 1,2 milhão.
Também foram bloqueados os bens de outros oito acusados na ação, incluindo o ex-prefeito de Pindamonhangaba, João Ribeiro (PPS), e a empresa SISP Technology S.A, a qual Paulão teria favorecido com sua influência no poder público municipal. Em 2006, a promotoria identificou o direcionamento de uma licitação, no valor de R$ 5,077 milhões, para a implantação de um sistema de informática. Paulão teria recebido depósitos bancários da SISP por meio de transferências bancárias.
A promotoria pede o ressarcimento de R$ 68,7 milhões ao município, valor que corresponde à soma do total pago para a SISP e mais uma multa para cada acusado. "Os fatos são graves e a prática revela que nem sempre o erário consegue ver-se efetivamente ressarcido dos danos que lhe foram infligidos, apesar da certa e induvidosa procedência da ação", diz a promotoria.
Não é a primeira vez que Paulão tem seus bens bloqueados por suposto dano ao patrimônio público. Em 2011, a Justiça Federal da Taubaté determinou a indisponibilidade dos bens do cunhado de Alckmin por suposta ligação com o cartel da merenda escolar.
O advogado de Paulão, Gustavo Badaró, nega as acusações e afirma que José Araújo Ribeiro, sócio da SISP, é amigo do acusado e que fez os depósitos na forma de empréstimos quando o mesmo sofreu um infarto em 2008. "A defesa discorda veementemente, Paulo nunca foi funcionário nem teve qualquer relação com a SISP, nunca integrou os quadros da prefeitura, nem exerceu função pública (…) Ele e Araújo são amigos. Em 2008, Paulo sofreu infarto e recebeu empréstimos de Araújo, está documentado. A licitação foi aberta em 2005, o primeiro contrato é de 2006”, disse Badaró em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo.
Já o advogado da SISP, Agenor Nakazone, defende que o serviço prestado pela empresa teve preço justo e que “devolver o dinheiro seria enriquecimento sem causa da administração".
Com informações do jornal O Estado de S.Paulo.
(Foto de capa: Agência Brasil)