Organização Internacional do Trabalho destaca o avanço do Brasil como um modelo a ser seguido por outras economias
Da Redação
[caption id="attachment_31825" align="alignleft" width="300"] IV Caravana Estadual do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil do município de Paulo Afonso, na Bahia (Foto: Adenilson Nunes/Secom)[/caption]De acordo com dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho) divulgados nesta segunda-feira (23), cerca de 500 mil crianças deixaram de trabalhar no Brasil em apenas três anos. Entre 2008 e 2011, o número de crianças nessa condição caiu de 2,1 milhões para 1,6 milhão. Em 2008, 5,4% das crianças brasileiras trabalhavam e, em 2011, esse percentual caiu para 4,7%. A entidade considera o feito brasileiro um marco e afirma que deve servir de exemplo para outras economias.
Os dados brasileiros foram divulgados às vésperas da conferência mundial sobre o trabalho infantil, que será realizada em outubro em Brasília, na qual a OIT espera que o governo divulgue os dados de 2012, demonstrando uma queda ainda maior.
Por outro lado, a entidade afirma que os avanços brasileiros não estão sendo acompanhados por outros países latino-americanos. Entre 2008 e 2011, o número de crianças latino-americanas empregadas caiu de 10% para 8,8%. Porém, um terço dessa queda ocorreu somente no Brasil.
Para a OIT, apenas o crescimento econômico dos países emergentes não é suficiente para erradicar o trabalho infantil na América Latina. A entidade defende que os avanços na economia sejam acompanhados de leis e políticas públicas estratégicas que visem o combate a esta prática.
Nos últimos anos, o combate ao trabalho infantil tornou-se uma das principais causas defendidas pela OIT e os resultados deste trabalho começam a surgir. Em cerca de dez anos, o número de crianças que exerce algum trabalho caiu em um terço na média global. Atualmente, 168 milhões de pessoas em todo o mundo são vítimas do trabalho infantil. Entre elas, 40 milhões possuem menos de 14 anos de idade. Em 2010, o número de vítimas do trabalho infantil era de 245 milhões de pessoas. Em termos percentuais, 16% das crianças do mundo trabalhavam em 2000. Hoje, este número caiu para 11%.
A agricultura segue como o setor que mais emprega crianças, 88 milhões, absorvendo 60% dos menores vítimas de trabalho infantil. Em seguida aparece o setor de serviços, com 54 milhões, e a indústria, com 12 milhões de postos de trabalho ocupados por menores.
Apesar dos avanços em algumas regiões do globo, a meta estabelecida pela OIT de eliminar o trabalho infantil até 2016 já é considerada frustrada pela entidade três anos antes do prazo. "Os avanços ainda são lentos", afirma Guy Ryder, diretor-geral da OIT.
Com informações do jornal O Estado de S.Paulo.