Resultado positivo reverteu tendência de aumento da desigualdade, que durante a década de 90 cresceu em 58% das cidades brasileiras
Da Redação
[caption id="attachment_28409" align="alignleft" width="300"] Emilianópolis foi o município brasileiro que registrou a maior redução na desigualdade de renda na última década (Foto: www.camaraemilianopolis.sp.gov.br)[/caption]Entre 2000 e 2010, segundo o índice Gini, a desigualdade de renda caiu em 80% dos municípios brasileiros, algo inédito no País. Além disso, a última década reverteu uma tendência histórica de crescimento da desigualdade de renda. Entre 1990 e 2000, o mesmo índice registrou aumento na desigualdade em 58% das cidades brasileiras.
A cidade brasileira que registrou a maior queda na desigualdade de renda foi Emilianópolis, pequeno município do interior paulista, onde o índice Gini caiu pela metade na última década, de 0,76, em 1999, para 0,38 em 2010. Para efeitos de comparação, na década de 1990 o índice de Emilianópolis cresceu de 0,43 para 0,76. A reversão da tendência de crescimento da desigualdade e a relevante queda do índice Gini do município foi resultado do aumento da renda média da população, que na última década passou de R$ 373 para R$ 585.
Desenvolvida pelo estatístico italiano Corrado Gini, o índice Gini é uma escala que varia de 0 a 1. Se, por exemplo, todos os habitantes de São Paulo tivessem a mesma renda, o índice Gini da capital paulista seria 0. Já se um único morador concentrasse toda a renda da cidade, o índice Gini seria 1.
A queda do índice nem sempre é um fator positivo para o país. Diferente do que aconteceu na última década no Brasil, com a queda do índice motivada pelo aumento da renda dos mais pobres, nos anos 1980 houve uma redução no índice Gini motivada pelo empobrecimento dos mais ricos, em meio a recessão na qual o país estava imerso.
Segundo o presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Marcelo Neri, as grandes razões para os resultados alcançados na última década na redução da desigualdade de renda são os aumentos reais do salário mínimo e a formalização dos empregos. De acordo com uma pesquisa do instituto, o aumento da renda obtida no trabalho formal foi responsável por 58% da redução no índice Gini. Já o programa Bolsa Família, do governo federal, foi responsável por 13% da redução.
Com informações do jornal O Estado de S.Paulo.