MPF instaura inquérito para investigar o caso; desconhecidos teriam oferecido R$ 500 pela cabeça do indígena Da Redação
[caption id="attachment_28675" align="alignleft" width="420"] Parentes foram abordados por homens a procura do cacique (Foto: MPF)[/caption]O Ministério Público Federal em Dourados (MS) investiga denúncias de ameaça de morte ao cacique guarani-kaiowá da aldeia Jaguapiru, na Reserva Indígena de Dourados (MS), Getúlio de Oliveira. Segundo relatos de parentes do indígena, que prestaram depoimento ao MPF, eles foram abordados diversas vezes durante esta semana por homens à procura do cacique. Segundo informou o MPF, em uma das ocasiões, na aldeia Jaguapiru, foram oferecidos R$ 500 para dois parentes indicarem o local onde o cacique estaria. Um dos homens disse que “queria a cabeça” de Getúlio e que, em breve, eles “não teriam mais cacique”. No dia 6 de agosto, durante um Aty Guasu (grande reunião, em guarani), duas mulheres que preparavam bebida típica ouviram barulhos de galhos no quintal. Pensaram ser cachorros, e atiraram pedras e limões para espantá-los. Com isso, ouviram mais barulhos, “parecia de gente cansada, respiração ofegante”, afirmaram em depoimento. Viram um homem correndo em direção à estrada. O homem entrou num carro estacionado, que saiu em disparada. Passaram pela frente da casa. “Deu pra ver 4 homens dentro do carro cinza”, disseram. No dia 7 de agosto, três lideranças foram abordadas quando chegavam à Casa de Reza da aldeia. Eles contaram que “quando estavam chegando, entrou correndo atrás deles um carro, com farol alto, e fez uma manobra 'tipo cavalo-de-pau'. Bem próximo à casa, desceu um homem branco, alto, de roupa preta. Olhou para as mulheres, que tinham descido do carro, e voltou ao seu carro. Esse movimento teria sido bem rápido, cerca de 2 minutos. O carro era um utilitário preto, cabine dupla, com faróis acesos no alto da carroceria. O homem não disse uma só palavra. Só olhou as pessoas, entrou no carro e saiu acelerando”. O cacique solicitou que as rondas da Força Nacional se intensifiquem na região da Casa de Reza, “antes que aconteça alguma tragédia”. Os depoimentos foram colhidos no Ministério Público Federal em Dourados, onde deverá ser instaurado inquérito para investigar as ameaças.
(Com informações do MPF-MS)