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Julgamento poderá terminar com policiais militares recebendo a maior pena da história da Justiça brasileira
Por Igor Carvalho
[caption id="attachment_27913" align="alignleft" width="300"] No dia 2 outubro, no Complexo do Carandiru, 111 presos foram assassinados (Foto: Divulgação)[/caption]
O segundo julgamento envolvendo réus denunciados pelo Massacre do Carandiru começa nesta segunda-feira (29), no Fórum Criminal da Barra Funda. Serão julgados 26 policiais militares acusados de assassinar 73 presos no 2º andar do Pavilhão 9, no dia 2 de outubro de 1992.
Em abril, no primeiro júri, 23 PMs foram condenados a 156 anos de prisão pela morte de 13 detentos. À época, o juiz José Augusto Nardy Marzagão, que irá conduzir também este julgamento, determinou que cada morte representaria uma pena de 12 anos de reclusão aos agentes.
A expectativa, portanto, é que, se condenados, cada um dos 26 policiais militares tenham a pena estipulada em 876 anos, a maior da história da Justiça brasileira. A maior pena foi estabelecida também em decorrência do Massacre do Carandiru. O coronel Ubiratan Guimarães, que comandou a operação que resultou na morte de 111 presos, foi condenado a 632 anos de reclusão, porém, sua pena foi anulada em 2006.
Dos 26 PMs julgados neste 2º júri, nove ainda estão na ativa. Entre os réus, está o tenente-coronel Salvador Madia, que comandou a Ronda Ostensiva Tobias Aguiar (Rota) entre 2011 e 2012.
Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), a expectativa é que o julgamento termine na sexta-feira (3). Durante a semana, o governador de São Paulo à época, Luiz Antônio Fleury Filho, será ouvido novamente. No 1º júri, ele já havia testemunhado e afirmou que era dele a “responsabilidade política” pelo Massacre. Outro a depor pela segunda vez será Pedro Franco Campos, que era secretário de Segurança Pública no dia 2 de outubro de 1992.