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Pesquisa feita em 20 países ibero-americanos e com mais de 20 mil pessoas
Por Opera Mundi
[caption id="attachment_27385" align="alignleft" width="300"] "A juventude tem uma opinião diferente sobre a liberdade, que muitas vezes não se encaixa nas religiões mais ortodoxas" (Foto: Tomaz Silva/ABr)[/caption]
As instituições religiosas e políticas são as que contam com menos credibilidade entre os jovens ibero-americanos, de acordo com pesquisa realizada pela OIJ (Organização Ibero-Americana da Juventude) que será divulgada nesta segunda-feira (22/07). O estudo, obtido com exclusividade por Opera Mundi, foi feito em 20 países, com mais de 20 mil entrevistas de pessoas entre 15 e 29 anos.
Dos oito itens avaliados, apenas os governos, as organizações religiosas e a classe política têm confiança inferior a 25% dos entrevistados.
"Há uma distância muito grande entre política e juventude na atualidade. O recente desenvolvimento econômico e social da América Latina não conseguiu mudar isso. Por outro lado, você vê a universidade como líder absoluta em termos de imagem entre os jovens", analisa o secretário-geral da OIJ, Alejo Ramírez, fazendo referência à instituição com melhor índice de avaliação. Além das universidades, os meios de comunicação e a polícia também obtiveram boas notas.
Para Bruno Vanhoni, assessor de relações internacionais da Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da República, há um outro aspecto que contribui para a descrença com as organizações religiosas. "A juventude tem uma opinião diferente sobre a liberdade, que muitas vezes não se encaixa nas religiões mais ortodoxas".
Uma diferença importante entre os jovens sul-americanos e os da península ibérica é como eles veem a melhor forma para se conseguir um bom emprego. Para portugueses e espanhóis, a fórmula ideal ocorre por meio de contatos sociais. Na América Latina, com exceção do México, a educação é vista como prioritária.
"É bem diferente se você acha que o melhor jeito para obter emprego é estudando ou tendo contatos. Mostra o jeito da sociedade como um todo, não só dos jovens. Achar que ter contatos é melhor mostra uma sociedade que está se equivocando, não há meritocracia. No caso da Europa, isso pode estar ligado à falta de boas perspectivas com a crise econômica", afirma o argentino Ramírez.
Excepcionalidades brasileiras
Em relação aos brasileiros, há dois traços importantes. Na comparação com os outros países, eles aparecerem como progressistas, dando suporte ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e à legalização da maconha, mas também são mais resistentes à integração regional.
"É uma contradição. Talvez mostre que os brasileiros jogam um jogo diferente dos demais. Se a região ibero-americana fosse um time, vocês seriam o goleio, que pode usar a mão", brinca Ramírez. Vanhoni concorda com o argumento do secretário-geral da OIJ e acrescenta que o governo brasileiro tem se dedicado ao tema. "Os outros países têm uma identidade comum devido ao idioma. Mas o Brasil está diminuindo isso aos poucos. Principalmente nas fronteiras, já há um sentimento maior de ser latino-americano".