Roberto Carvalho de Azevêdo venceu o mexicano Herminio Blanco e tem a missão de fazer avançar as negociações da Rodada de Doha
Da Redação
[caption id="attachment_23738" align="alignleft" width="300"] Roberto Azevêdo, novo diretor-geral da OMC[/caption]Nesta terça-feira, 7, a OMC (Organização Mundial de Comércio) elegeu o seu novo diretor-geral. O eleito foi o embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo. O agora diretor eleito da OMC disputou uma eleição bastante disputada contra o mexicano Herminio Blanco. O número oficial de votos do brasileiro ainda não foi divulgado. Azevêdo assume o cargo e substitui o francês Pascal Lamy no dia 31 de agosto deste ano.
Representante do Brasil na OMC desde 2008, Azevêdo contou com o apoio dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), de países de língua portuguesa, e de diversos países da América Latina, da Ásia e da África.
De acordo com o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, a eleição do brasileiro para a direção da OMC representa a existência de uma “ordem internacional em transformação”. Para ele, a vitória de Azevêdo é mais uma evidência de que os países em desenvolvimento avançam nas suas conquistas.“É um resultado muito importante que reflete uma ordem internacional em transformação, que é de países emergentes que demonstram uma liderança”, afirmou Patriota.
O ministro ainda destacou o papel de Azevêdo na possível retomada das negociações da Rodada de Doha, cujo objetivo é constituir um acordo amplo de livre comércio. O agora diretor eleito da OMC foi chefe do Departamento Econômico do Ministério das Relações Exteriores e da delegação brasileira na Rodada de Doha. “É com esse espírito que ele assume as novas funções, na importância de se avançar na Rodada Doha”, disse Patriota.
Já para o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, a vitória de Azevêdo demonstra que o Brasil "mudou de posição" na correlação de forças no cenário internacional. "Efetivamente o Brasil vem se firmando no cenário mundial de primeiro nível e essa eleição vai nos estimular a dar continuidade neste caminho”, disse. Carvalho ainda afirmou que a eleição do brasileiro deve-se aos seus méritos profissionais, mas acrescentou que "“sem um trabalho forte do Itamaraty e uma referência de base do Brasil ele não teria sido eleito".
Para Marina Valle, especialista em comércio exterior e ex-coordenadora-geral do Departamento de Defesa Comercial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, "é muito importante o significado para o Brasil do embaixador Azevêdo [na direção-geral da OMC]". "É o primeiro latino-americano, brasileiro, e que tem uma longa trajetória nas negociações comerciais internacionais”, disse. “O Brasil tem um perfil exportador, mas também tem um viés importador. A posição brasileira, nas negociações, sempre foi de equilíbrio, o que garantiu ao país a credibilidade que tem hoje”, analisa a especialista em comércio exterior.
Com informações da Agência Brasil.