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Em todo o país, protestos marcaram o sábado. Grupos evangélicos também pediram renúncia do deputado
Por Igor Carvalho
Durante o sábado, dez capitais brasileiras, além de outras cinco cidades, tiveram suas ruas ocupadas por protestos contra o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) à frente da presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Manifestações foram feitas até mesmo fora do Brasil.
Em São Paulo, a maior movimentação. Milhares de ativistas foram da Consolação até a Praça Roosevelt caminhando. A organização do evento e a Polícia Militar divergiram sobre a quantidade de pessoas, os primeiros dizem que o total pode ter chegado a 20 mil. Para a PM, o número não passou de 1.200.
[caption id="attachment_22033" align="alignleft" width="460"] Houve protestos fora do país, como em Londres (Foto: Divulgação)[/caption]
Na Cinelândia, no Rio de Janeiro, mais de 500 pessoas caminharam até a Avenida Rio Branco. Os ativistas cantaram “Apesar de você”, de Chico Buarque. Outros 200 militantes se reuniram na praça do Papa em Vitória, no Espírito Santo, e seguiram até a Assembleia Legislativa.
Em Curitiba, o ato de repúdio reuniu cem pessoas, que percorreram a Rua XV de Novembro, na região central. Em Brasília, com forte adesão das religiões de matrizes africanas, o protesto partiu da rodoviária do Plano Piloto e os manifestantes chegaram a fechar a Eixo Monumental. No mesmo local, houve protestos contra Renan Calheiros, presidente do Senado.
Porto Alegre, Uberlândia, Belo Horizonte e Fortaleza também foram palco de protestos contra o pastor Feliciano. Fora do país, em Londres e Buenos Aires, também houve manifestações. Em Salvador, haverá protesto nesse domingo (10).
Evangélicos também protestam contra Feliciano
Ao menos dois abaixo-assinados correm na internet contra o pastor Marco Feliciano. Um deles já reuniu mais de 100 mil assinaturas. O outro é organizado por evangélicos. A Rede Fale, que representa mais de 39 grupos religiosos, lançou uma lista pedindo que seus seguidores assinem o documento em repúdio à eleição de Feliciano para a CDHM.
Uma das organizadoras do ato no Rio de Janeiro era a evangélica Beatriz Pimentel, que anunciava aos manifestantes: “Sou cristã e Feliciano não representa boa parte dos evangélicos.”
Eleição
O deputado do PSC foi eleito com onze votos na Comissão de Direitos Humanos e Minorias. Contra si, um discurso que movimentos sociais consideram “racista”e “homofóbico”, além de dois processos no Superior Tribunal Federal (STF): uma acusação de homofobia e uma ação penal por estelionato. A última acusação parte de uma organização gaúcha, que o acusa de ter recebido R$ 13 mil para celebrar cultos nos quais não apareceu.