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Segundo Ferreira Pinto, cúpula de segurança já tinha conhecimento das escutas desde 2011, porém as ameaças não tinham "credibilidade". "É como alguém dizer aqui, 'Ah, vou matar o Obama'"
Por Redação
[caption id="attachment_35316" align="alignleft" width="300"] Alckmin se aproveitou de ameaças do PCC para ganhar dividendos políticos, segundo Antônio Ferreira Pinto (Foto: Marcelo Camargo/ABr)[/caption]
Quando o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) divulgou, no dia 7 de outubro, o áudio de interceptações telefônicas de 2011 que revelaram um suposto plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para assassinar o governador Geraldo Alckmin (PSDB), houve um “estardalhaço” da imprensa, como classificou a socióloga Camila Nunes Dias. Ontem, o ex-secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, afirmou, ao jornal Valor Econômico, que “Alckmin está aproveitando para colher dividendos políticos com a ameaça do PCC.”
Segundo Ferreira Pinto, as ameaças eram de conhecimento da cúpula de segurança desde 2011 e não foram consideradas importantes, pois não seriam relevantes. "Esse fato não tinha credibilidade nenhuma. A informação é importante desde que você analise e veja se ela tem ou não consistência. Essas gravações não tinham. Tanto que o promotor passou ao largo delas. Eu não vejo uma coerência aí de alguém que exerce um cargo público da relevância que é a segurança de São Paulo.”
Em entrevista à Fórum, a socióloga Camila Nunes havia questionado o fato. “Qual o interesse de transformar o PCC nisso tudo agora? A quais interesses atendem essas revelações?”. Segundo Ferreira Pinto, o fato foi politizado. "Lamentável. [O governador] deve ter suas razões. Eu acho que é mais pelo viés político. Porque na hora que diz 'Não vou me intimidar', ele está também dando um "upgrade" para a facção. Está admitindo que há credibilidade numa conversa isolada".
Para o ex-secretário, Alckmin não soube das ameaças na época pois as declarações não tinham “credibilidade”, tanto que o Ministério Público de São Paulo não levou a investigação adiante. "É como alguém dizer aqui, 'Ah, vou matar o Obama'", exemplifica.