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Organizações que atuam para que os direitos dos portadores de transtornos mentais sejam respeitados também reforçam as dificuldades ainda existentes para promover a valorização destes pacientes
Por Redação
Hoje, 18, dia em que é comemorado o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, entidades que atuam para que os direitos dos portadores de transtornos mentais sejam respeitados preparam-se para celebrar os avanços e as conquistas, mas, também reforçar as dificuldades ainda existentes para promover a valorização e o respeito por estes pacientes.
No Rio de Janeiro, a TV Pinel realizará diversas intervenções em praças públicas, com objetivo de sensibilizar a população para a questão dos portadores de transtornos mentais e da importância de um modelo de inclusão e valorização destes seres humanos. A TV Pinel também prepara um Show-ato na Cinelândia, a partir das 15h.
Desde a década de 90, a TV Pinel, uma iniciativa do Instituto Philippe Pinel, trabalha em um processo comunitário de produção de uma nova imagem da chamada "loucura", que visa ressaltar, sem preconceitos, a criatividade e a capacidade de produção destas pessoas, e a importância do convício com a família e com a sociedade.
Utilizando a metodologia de TV comunitária, na TV Pinel os pacientes trabalham de forma coletiva. O intuito é ser um espaço de realização de novas possibilidades de existência para os pacientes, e ao mesmo tempo ser um instrumento desmistificador da loucura junto à sociedade.
Para a entidade, a modificação proposta pela Reforma Psiquiátrica deve ser potencializada apenas se for acompanhada por um processo de desconstrução de mentalidade, de modificação da cultura naquilo que diz respeito às representações sociais da loucura. "Não se trata apenas de produzir novos serviços ou novos dispositivos terapêuticos, mas sim de produzir novas possibilidades de vida (trabalho, profissão, moradia, lazer...) para estes cidadãos em sofrimento psíquico", ressalta a entidade.
Desde a realização do II Congresso Nacional dos Trabalhadores em Saúde Mental, em 1987, quando profissionais da área saíram às ruas gritando por uma sociedade sem manicômios, o Ministério da Saúde instituiu a data 18 de maio como o Dia Nacional da Luta Antimanicomial.
Há mais de vinte anos o Movimento da Luta Antimanicomial busca a efetivação da Reforma Psiquiátrica no Brasil, que já é definida através da Lei 10.216, mas, ainda em fase de implementação. Um dos mecanismos desta reforma são os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
Os CAPS são serviços de saúde municipais e comunitários que oferecem atendimento diário, tornando-se um instrumento substitutivo (e não complementar) ao Hospital Psiquiátrico. A ideia é prestar atendimento clínico diariamente, evitando internações em hospitais psiquiátricos.
O objetivo destes Centros é acolher e atender as pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, procurando preservar e fortalecer os laços sociais do usuário em seu território, promovendo a reinserção social do indivíduo através do acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.
Com informações da Adital.