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O Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) venceu o Prêmio Sementes 2009 promovido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pela Agência de Meio Ambiente das Nações Unidas (PNUMA)
Por Redação
O Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) venceu o Prêmio Sementes 2009 promovido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pela Agência de Meio Ambiente das Nações Unidas (PNUMA). O anúncio foi feito no último dia 11, na sede das Nações Unidas, em Nova York.
Além do P1MC, outros dois projetos do Brasil foram premiados: “O Uso Sustentável de Sementes Amazônicas” e o “Projeto Piabas do Rio Negro”. O Prêmio Sementes é concedido a projetos desenvolvidos em parceria entre ONGs, comunidades e governos, na área de sustentabilidade em países em desenvolvimento.
Foram premiados 20 projetos de países da América do Sul, América Central, África e Ásia. Esta edição contou com mais de 1100 projetos inscritos de 100 países de todo o mundo. Os vencedores foram selecionados por um júri internacional de especialistas em desenvolvimento sustentável.
De acordo com Julia Marton-Lefèvre, diretora-geral da União Internacional pela Conservação da Natureza (UICN), "esta quarta rodada do Prêmio Sementes demonstra que há um grande número de idéias e práticas inovadoras em todo o mundo sobre como fazer o desenvolvimento sustentável acontecer. Nossa esperança é que através do Prêmio eles vão crescer e inspirar iniciativas semelhantes noutros países" destaca.
Para Naidison de Quintella Baptista, coordenador da ASA, esse prêmio representa o reconhecimento público da transformação que o P1MC trouxe e traz para as famílias do Semiárido.
“Além do significado concreto do que são as cisternas para as pessoas, da mudança de vida, da água, da qualidade de vida, da saúde, quando a gente trabalha a perspectiva das políticas públicas, é importante que haja um significado público para a população, para a nação, inclusive, um significado internacional. Porque são essas projeções que ajudam a construir a política”, afirma Naidison. “E se a ONU reconhece isso, significa dizer ao Brasil, as empresas e ao governo brasileiro, que esse é um programa que merece ser continuado, aprofundado e ampliado”, complementa.
Do ponto de vista da sustentabilidade hídrica, o P1MC já construiu quase 300 mil cisternas, armazenando milhões e milhões de litros de água destinada para o consumo humano. Em termos de saúde, a cisterna diminui, comprovadamente, o número de doenças, principalmente, de verminoses, que atingem mais as crianças. As famílias beneficiadas também passam a ter mais tempo para se dedicar a outras atividades, com destaque para a mulher que, na maioria das vezes, fica com a responsabilidade de abastecer a família desse recurso.
“As populações beneficiadas pelas cisternas estão hoje na perspectiva de um projeto cidadão, buscando outros direitos que lhes foram negados ou que eles tinham esquecido. Então o P1MC é esse instrumento instigador. Não é um programa de construção civil, mas é um programa de instigar a cidadania e todo exercício de cidadania é um exercício de sustentabilidade”, destaca o coordenador da ASA.
Outras conquistas
O P1MC também conquistou outros prêmios importantes, como o Prêmio Josué de Castro de Boas Práticas em Gestão de Projetos de Segurança Alimentar e Nutricional, na categoria Sociedade Civil, em 2008; o Prêmio ANA 2006, da Agência Nacional de Águas, na categoria Uso Racional de Recursos Hídricos; e o Prêmio ODM 2005, organizado pelo Governo Federal, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD Brasil) e Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade.
Leia mais sobre o P1MC no site da ASA