Às vésperas do Dia da Caatinga, comemorado no próximo 28 de abril, a Articulação no Semi-Árido Brasileiro destaca a importância de se preservar esse bioma riquíssimo em espécies.
Por Adital
Às vésperas do Dia da Caatinga, comemorado no próximo 28 de abril, a Articulação do Semi-Árido Brasileiro, destaca a importância de se preservar esse bioma riquíssimo em espécies. Estudos apontam que a área de caatinga original era de, aproximadamente, 1 milhão de km².Atualmente, a área remanescente é de 734.478 km2 e menos de 1% está sob proteção de unidades de conservação.
A caatinga é um bioma muito especial. Estima-se que existem mais de 900 espécies de vegetais, sendo 30% delas endêmicas, ou seja, que não ocorrem em nenhum outro lugar do mundo. A conservação desse bioma, o único exclusivamente brasileiro é muito importante para o equilíbrio do meio ambiente (proteção do solo, manutenção do clima, entre outros) e preservação da diversidade biológica.
Nesse contexto, afirma a Articulação, as comemorações do Dia da Caatinga devem ser acompanhadas de um debate sobre a urgente necessidade de formular ações que visem a preservação desse bioma. "É importante ressaltar que essa problemática envolve todas as pessoas, de todas as regiões, e não apenas os sertanejos e/ou organizações sociais e ambientalistas que trabalham com a temática", diz o texto da Articulação.
Acrescenta que as conseqüências da degradação da caatinga para o homem e para o meio ambiente são várias: desertificação, seca, fome e perda de espécies exclusivas da fauna e da flora brasileira. A caça em excesso, as queimadas e o desmatamento são algumas das práticas que provocam essa situação.
Iniciativas
Organizações da sociedade civil que fazem parte da ASA vêm desenvolvendo ações de conservação e preservação do bioma caatinga. Uma dessas experiências é a agrofloresta - sistema onde são cultivadas, numa mesma área, diversas variedades de plantas: frutíferas, madeireiras, graníferas, ornamentais, medicinais e forrageiras.
Em Pernambuco, no Sertão do Pajeú, a agrofloresta é desenvolvida a partir de um consórcio de plantas nativas da caatinga junto com outras espécies. Como as chuvas são irregulares nessa região, os agricultores utilizam a cobertura morta - camada natural de resíduos de plantas espalhadas sobre a superfície do solo, para diminuir a evaporação da água e garantir a umidade do solo, evitando a erosão e aumentando a atividade microbiológica do solo.
A apicultura desenvolvida na região do Semi-Árido é outra atividade importante para a manutenção do bioma caatinga. Toda abelha mantém uma relação direta com as plantas. Assim como o vento e alguns pássaros, as abelhas são agentes polinizadoras, contribuindo para fecundação das flores e, conseqüentemente, para a manutenção das espécies vegetais.