A maldição do VTnC

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Em 2013, enquanto uma brava juventude tomava as ruas para gritar que algo estava muito errado no Brasil, um estádio cheio de coxinhas quarentões mandava Dilma TnC. Desde então o país vive um pesadelo cujo enredo vai ficando mais previsível que as cafonas mas resistentes novelas. A brava juventude ocupou escolas, forçou um governador carola a recuar, melou a venda do cais estelita e agora luta contra os retrocessos do golpe com uma consciência que dá gosto de ver. Mais interessante neste momento é entender como foram os últimos três anos dos coxinhas quarentões que xingaram a Dilma. Em 2014 eles num primeiro momento tentaram esvaziar a Copa do Mundo, surfando nos protestos do ano anterior. Ruas decoradas só na periferia, as áreas ricas misturaram seu discurso anti-PT a um discurso anti-copa que não lhes pertencia em 2013. Assim que a copa acabou, ainda no primeiro tempo da semifinal com a Alemanha, a elite patrimonialista e rentista (vulgo coxinhas) passou a pensar nas eleiç?es e adotou justamente o uniforme da CBF como símbolo. Confesso que me incomoda a direita ter se apropriado da camisa da seleção. A história do futebol brasileiro e sua mística são patrimônio do país inteiro. Me parece um erro semiótico saírmos apenas de vermelho e abandonarmos o amarelo aos direitosos. Nas próximos eventos irei de verde, verde-esperança. Mas o que eu queria falar mesmo é da maldição do VTnC. Desde que acabou aquela copa das confederações a seleção amarga um fiasco atrás do outro. E quanto mais a elite patrimonialista e rentista se veste de amarelo CBF para apoiar qualquer medida que garanta o retocesso e derrote a esquerda, mais a seleção ..... amarela. Pensando bem, a CBF é a cara do golpe: uma instituição geriátrica e incompetente, preocupada apenas em garantir seus lucros e privilégios a qualquer custo, protegida pela Globo dentro das fronteiras nacionais mas com péssima reputação no exterior. E eu nem falei do STJD.... Em resumo: a maldição diz que a seleção voltará a vencer no dia em que um estádio lotado pedir disculpas a Dilma pelas grosserias misóginas de 2013 e 2014. Ou no dia em que Juca Kfouri assumir a presidência da CBF. Até lá estarei resistindo e torcendo para o México (já que o Uruguai também saiu).