O Sindicato dos Bancários decretou nesta quinta-feira (2) o Dia Nacional de Luta dos funcionários do Banco do Brasil, em protesto pelo fim do trabalho em home office e pela implementação do acordo de teletrabalho. As manifestações incluirão tuitaços nas redes sociais com a hahtag #DiaNacionalDeLutaNoBB, para criticar as ações do BB que colocam em risco a saúde das bancárias e bancários em meio à pandemia.
“Além de ter decidido pela convocação sem dialogar com os representantes dos trabalhadores, o BB está colocando em risco a vida dos funcionários e de seus familiares”, pontuou Fernanda Lopes, secretária de Juventude e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), lembrando do resultado de pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com 13 mil bancárias e bancários, divulgada em setembro.
“O levantamento mostrou que quase 40% dos bancários que trabalharam presencialmente contraíram Covid-19, contra 23% dos que ficaram em home office. Portanto, o trabalho em casa é sim eficiente para reduzir o risco de contaminação de funcionários”, concluiu.
De acordo com manifesto dos trabalhadores, “o Banco do Brasil diz que o retorno ao trabalho presencial é escalonado, mas têm unidades onde todos, incluindo os do grupo de risco, já saíram do home office”.
Reunião
A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) se reúne com o banco, nesta quinta-feira 2, para debater o retorno ao trabalho presencial e a implementação do acordo de teletrabalho. No mesmo dia, acontecerão protestos nas unidades do BB em todo o país, demonstrando a insatisfação dos bancários com as medidas de retorno tomadas pelo banco.
“A pandemia ainda não acabou e as autoridades de Saúde confirmam a chegada ao Brasil de uma nova variante da Covid-19. Queremos que o BB mantenha os protocolos de segurança e o trabalho em home office, sobretudo para o grupo de risco”, destacou Fernanda nas negociações com o BB.
Vida preservada
Na semana passada, o BB divulgou a escala para o retorno gradativo, com a meta de, até o final de dezembro, não ter mais nenhum funcionário em home office. A escala inclui o retorno dos funcionários do grupo de risco. Mas, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), consultada pela Contraf-CUT, as pessoas do grupo de risco com comorbidades deveriam voltar ao trabalho presencial somente mediante a orientação de um médico assistente. “Nossa exigência é que a vida de todos os bancários continue sendo preservada”, reforçou Fernanda.