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Pedro Cardoso e Maitê Proença andaram detonando a emissora em entrevistas, enquanto Carolina Ferraz acionou os antigos patrões na justiça por direitos trabalhistas.
Da Redação
Três atores entraram para a lista de persona non grata da Rede Globo. O primeiro deles é Pedro Cardoso que costuma disparar críticas à emissora. Em julho de 2015, em entrevista ao UOL, chamou a Globo de "acovardada e conservadora", criticando a falta de transformações na programação. "O país mudou, mas a TV está igual ao Brasil do Fernando Henrique. Se a gente ficar fazendo a televisão que era da época dele, o público vai fazer outra coisa", detonou.
Já em 2006, durante o programa Pânico na rádio Jovem Pan, falou sobre suas decepções com a emissora. "Eu achava que a Globo me ofereceria um horário para eu desenvolver um projeto autoral. Mas tiveram o mais absoluto desprezo pelo meu trabalho lá dentro", revelou Pedro Cardoso. Em entrevista à Record falou sobre possíveis consequências de suas declarações. "Se o preço da minha liberdade for esse, eu vou pagar feliz. Eu acho que o artista tem um compromisso muito grande com a verdade. Você tem que falar o que pensa e dizer a verdade".
Maitê Proença é o segundo nome da lista. Em 2015, quando ainda fazia parte do quadro de funcionários da Globo, deu uma entrevista à Playboy onde declarou que pessoas de opinião, como ela, não têm vez na emissora. "Eu fui me tornando uma pessoa muito de verdade. E a Globo não é lugar para você ser de verdade. Lá, é um lugar onde todo mundo é vaidoso, as pessoas esperam que você as reconheça, e eu nem sabia quem deveria ser reconhecido porque nunca tinha visto televisão na minha vida".
Recentemente, Maitê esteve no Roda Viva e contou que apenas soube de sua demissão pela imprensa, sem nenhum comunicado oficial. "Foi muito estranho, não tive nenhum aviso. Quando começaram os boatos de que eu já tinha sido dispensada, liguei para a pessoa que tinha me dito que o contrato seria renovado e ela me falou que, de fato, ia ser descontinuado".
No mesmo programa, sem mencionar nomes, a atriz revelou casos de assédio que sofreu dentro da emissora carioca. "Às vezes, o sujeito passa dez anos tirando papéis de você, porque você não cedeu. Ele mina o seu trabalho. São pessoas que atrapalham a sua vida sistematicamente, te perseguindo mesmo", apontou Maitê. Além disso, ainda falou sobre um caso específico de assédio moral. "Ele me pediu para eu jogar uma garrafa na parede e me filmou. Depois, mandou um vídeo para o [diretor e produtor] Paulo Ubiratan afirmando que eu estava louca. Eu perguntei: 'Por que vocês mantêm esse canalha?'. E me responderam que era por que ele era talentoso".
O último nome a entrar na lista é Carolina Ferraz, que após ser demitida, cobra direitos trabalhistas da Globo na Justiça. A atriz, que trabalhou por 27 anos na emissora, reivindica 13º salário, FGTS, férias e valores referentes à rescisão e tenta provar vínculo empregatício, uma vez que era contratada como pessoa jurídica.
Por outro lado, em entrevista ao Programa do Porchat, da Record, falou sobre sua gratidão. "Amo meu ofício. Eu amo o que eu faço e sou atriz de alma, mesmo. Saí da Globo tranquila. Está todo mundo feliz. Tanto da parte de cá, quanto de lá. Eu sou boa empregada e eles, bons patrões", afirmou. "Todo mundo acha que é um tabu falar sobre isso. Eu acho que toda a realidade do mercado mudou. Graças a Deus, né? Há dez anos, você realmente só tinha um lugar para fazer as coisas, para trabalhar. Hoje em dia, não", concluiu Carolina.
Segundo informações da coluna Notícias da TV do UOL, diretores da Globo avaliaram que não devem dar trabalho a quem processa ou fala mal da emissora. Sendo assim, se o ator não gosta da emissora ou acha que foi injustiçado por ela, deve procurar trabalho em outro lugar.
Fotos: Divulgação/ TV Globo