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Expressão surgiu na animação politicamente incorreta "Fudêncio", que era transmitida pela MTV Brasil nos anos 2000.
Da Redação
Já caiu no linguajar popular, mas principalmente nos debates acirrados nas redes sociais. Você certamente leu ou ouviu a expressão "mimimi". O termo que remete ao choro é normalmente usada na tentativa de diminuir a manifestação de ideias de uma pessoa.
O que poucos lembram é de onde surgiu o famoso "mimimi". Se você pensou que foi na internet, se enganou. Foi na televisão, mais especificamente no politicamente incorreto desenho animado “Fudêncio e Seus Amigos", que era transmitido pela MTV Brasil. O protagonista, Fudêncio, se comunicava apenas na língua do "mimimi" para provocar o reclamão e irritado Conrado.
Foi aí que a única fala do personagem virou uma expressão para tirar uma onda com qualquer queixa. Só que, atualmente, na opinião dos criadores do “Fudêncio”, Marco Pavão e Thiago Moraes, a expressão está sendo usada de forma errada e acabou se tornando uma arma para detonar qualquer manifestação.
"Muita gente considera bandeiras legítimas como 'mimimi', sem uma boa vontade de tentar entender aquilo. Não sei mais classificar o que é 'mimimi'. No começo, parecia pessoas fazendo reivindicações. Hoje, há tanta polarização que está começando a haver problematizações desnecessárias, e muitas coisas estão virando grandes histerias desnecessariamente", argumentou Marco Pavão em entrevista ao UOL, enquanto comia um chocolate com "mimimi" escrito na embalagem.
"Não tenho rede social, mas às vezes vejo notícias no UOL e entro só para ler os comentários, porque aí que você vê o demônio do ser humano lançando toda sua ignorância. Hoje em dia, partiu para o bizarro polarizado, mas na verdade é culpa do próprio hiato político de tudo. Acho que o 'mimimi' é mimadão", opinou Thiago Moraes, que também dava voz ao personagem.
Cazé Pecini, que é ex-VJ da MTV, é sócio dos animadores na Estricnina Desenhos Animados. Ele acredita que as redes sociais aumentam a polarização de opiniões e distanciaram as pessoas de um diálogo. "É muito difícil conversar com as pessoas porque elas assumem posições extremadas, têm muita dificuldade de ouvir e sair do lugar que escolheram para se posicionar. As discussões estão cada vez mais inflamadas. As redes sociais, ao contrário do que a gente estava imaginando, só estão exacerbando isso. As pessoas vivem em bolhas que concordam e atacam as outras bolhas em que seus inimigos estão", criticou.
*com informações do UOL
Foto: Reprodução/MTV