Escrito en
BLOGS
el
Revista foi criticada por dar espaço a artistas globais, quando poderia privilegiar atletas que, de fato, possuem deficiência. Polêmica gerou discussão nas redes sobre a importância da representatividade em campanhas como essa
Por Matheus Moreira
Com o objetivo de dar mais visibilidade aos atletas que competirão na Paralimpíada Rio-2016, com início no próximo dia 7, a revista Vogue publicou em seu perfil do Instagram uma fotografia que apresenta a atriz Cléo Pires sem o braço direito e o ator Paulo Vilhena sem parte da perna direita.
A iniciativa, no entanto, não agradou boa parte do público. Em um comentário no Facebook, uma seguidora apontou: “Eles [Vogue] não entendem que o que melhor representa atletas paralímpicos são os PRÓPRIOS atletas paralímpicos? ”. Outra pessoa, porém, defendeu a revista: "Só eu achei a campanha legal?".
Uma internauta criticou a ação repetida de grupos que tentam ocupar o lugar de minorias. “Sempre que tem campanha com isso a galera cai matando em cima e eles ainda insistem. Não somos todos paralímpicos não. Eu não sei o que é não ter uma perna, não ter um braço. Por mais empatia que a gente tenha, a gente não vive isso. Se eles queriam tanto colocar globais para chamar atenção para as paralimpíadas que colocassem eles posando ao lado de atletas. Seria muito mais inteligente”, escreveu.
A campanha “Somos Todos Paralímpicos” foi criada pela Agência África, que já se envolveu em outras polêmicas, como a foto em homenagem ao Outubro Rosa (mês de campanha de prevenção ao câncer de mama). Na imagem, nenhuma das funcionárias da agência - que teve seu nome “escolhido para ser entendido internacionalmente, e para homenagear o povo que deu cultura ao Brasil” - é negra. A peça também foi criticada nas redes.
Foto: Reprodução/Instagram