Roger Molina é acusado de um crime de genocídio

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Jornalista e professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP).

Em 11 de setembro de 2008, dezenove camponeses de origem indígena na região de Pando, na Bolívia, foram massacrados por milícias organizadas pelo prefeito local, aliado aos latifundiários. Muitos feridos. Este episódio, chamado de "confronto" pela mídia hegemônica, resultou da campanha da direita boliviana contra o governo de Evo Morales. Enquanto camponeses e indígenas saíam as ruas para defender o governo federal, governadores de províncias ligados à direita faziam campanha em prol da "autonomia" das suas regiões. A campanha envolveu, inclusive, a formação de milícias paramilitares como foi o caso de Pando.

Um dos acusados de envolvimento neste episódio de desrespeito aos direitos humanos e com características de genocídio é justamente o senador Roger Pinto Molina, o mesmo que se asilou na embaixada brasileira na Bolívia e fugiu para cá com o auxílio de um diplomata brasileiro. É este mesmo que a "mídia hegemônica" quer pintar de perseguido político.

No post anterior, coloquei que as elites brasileiras tendem a ser incivilizadas e bárbaras, referindo ao comentário racista e xenófobo de uma "jornalista" potiguar. Não só dá para ampliar esta característica de incivilidade e barbaridade para elites dos países do continente, mas também para verificar como há uma "tolerância" com crimes de genocídio. De repente, uma figura envolvida em uma monstruosidade como essa é elevada a categoria de "perseguido político".

E quanto ao que se chamou de "confronto" em 2008, o vídeo abaixo demonstra que o que aconteceu foi um "massacre".

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