A polêmica sobre a obra “Caçadas de Pedrinho” voltou à tona com a audiência de conciliação proposta pelo ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, entre representantes do Ministério da Educação e o Instituto de Advocacia Racial (Iara). O Iara impetrou mandado de segurança contra a decisão do MEC de revogar o parecer que pribia a adoção do livro de Lobato por conter elementos racistas.
O que pouco se falou é que este mesmo livro foi questionado anteriormente por se centrar em uma ação da turma do Sítio do Picapau Amarelo de caçar uma onça. Isto foi considerado um problema de ordem ambiental, por esta razão, o livro foi adotado com a recomendação de que se alerte que este comportamento (caça às onças) não é admissível nos dias de hoje. Nas edições distribuídas nas escolas, há uma nota das editoras em que se explica que caçar onças era um procedimento feito antigamente e hoje não se faz mais.
O Iara propôs a retirada da ação de proibição desde que se indique também uma recomendação quanto ao racismo presente em algumas passagens do livro, em referência à personagem Tia Nastácia. "Por que se faz na questão de crimes ambientais e não se faz em relação ao negro? Por que a onça é mais importante do que o negro que sofre com esse tipo de assunto na escola?", questionou o advogado Humberto Adami, do instituto.