Um boi nadou cerca de dez quilômetros, por mais de cinco horas, entre o Porto de São Sebastião até a Praia das Cigarras, em São Paulo, para fugir do abate.
Essa é a história de “Elias, o boi que aprendeu a nadar”, contada em documentário pela ONG Mercy For Animals Brasil, lançado em agosto. O caso aconteceu em 2018 e movimentou moradores e autoridades na defesa pelo fim do transporte de animais vivos.
Após o lançamento, tanto a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) quanto a Câmara de São Sebastião promoveram debates sobre o tema. No dia 5 de setembro, ativistas em defesa dos direitos dos animais realizaram um seminário na Alesp, promovido pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL) para discutir a proibição da atividade no Porto de São Sebastião.
Já nesta quinta-feira (26), a Câmara sediou o seminário “O Bem Estar Animal e o Transporte de Cargas Vivas (bois) no Porto de São Sebastião”. As discussões estão gerando polêmica entre os que são a favor do transporte e os ativistas que defendem o fim da crueldade animal.
Elias, o boi que aprendeu a nadar
Em 2018, no Porto de São Sebastião, pescadores avistaram um boi nadando. Elias, como foi apelidado, havia atravessado cerca de 10km para fugir do abate no terceiro município que mais exporta animais vivos por ano, cerca de 33 mil.
Esses animais são transportados em navios com duas vezes mais chances de naufragar e idade média de 30 anos de uso. Além do estresse causado pelos longos trajetos, os animais ficam confinados em espaços pequenos entre as próprias fezes, urina e vômito, e alguns morrem pelo caminho devido a doenças respiratórias.
O transporte de animais vivos também gera prejuízo para o turismo local, já que o município fica infestado pelo cheiro dos caminhões.
Todas essas informações são expostas no documentário “Elias, o boi que aprendeu a nadar”, com narração da atriz Laila Zaid e relato de moradores locais, ativistas, políticos e especialistas. A produção está disponível gratuitamente no YouTube da Mercy For Animals.