A cantora Anitta retomou, numa entrevista concedido a seu amigo DJ Balvin, que está produzindo um documentário, um assunto delicado e traumático, desta vez de forma mais detalha: um abuso sexual que sofreu quando tinha 14 anos. No trecho, divulgado nesta segunda-feira (21), a artista pop brasileira que faz sucesso global explicou que foi naquele ato que perdeu a virgindade.
“Quando eu tinha 14 anos, perdi minha virgindade. Ser abusada por alguém que eu conhecia, por mim era como uma mistura de sentimentos e não sabia como reagir. Eu não contei à minha família, eu não contei a ninguém. Eu apenas vivi com isso por muitos anos”, contou.
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Ela disse que por muito tempo se sentiu culpada pelo que havia ocorrido e que no período após o trauma ficou com a sensação de que “estava suja”.
“Naquele ponto me senti tão suja e miserável e culpada. Eu tinha em mente uma foto de um sonho sobre como eu queria que as coisas fossem. E não foi, e eu me culpei”, explicou ainda a cantora.
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Dj Balvin questionou então a diva pop sobre o porquê de se sentir culpa, momento em que Anitta afirmou que as mulheres são “treinadas” para apresentar tal comportamento, por razões machistas.
“Porque as mulheres em nossa sociedade, somos treinadas para sentir que tudo é nossa culpa. Tudo: é porque você está se vestindo assim, é porque você se comportou assim. Quando uma mulher: ‘Mas o que ela fez para ser abusada?’, ‘Ela era o que?’, ‘O que ela estava vestindo?’”, opinou.
Por fim, a cantora ainda disse que esse tipo de comportamento, vilanizando as mulheres, é algo totalmente incutido na cultura, e que os mesmos padrões de atitude não valem quando são os homens que o praticam.
“Se um cara trai uma garota... ‘Ela não era boa o suficiente para ele, ele estava procurando por outra coisa’. Se uma mulher trai o cara... ‘Meu Deus, essa mulher é suja’. Acho que, para nós, é sempre uma posição de ser subestimada e precisar suprir as expectativas. Então, é por isso que sinto que pode ser mais difícil para a gente. Sempre tem um motivo. Nunca é culpa do cara. Nós sempre fazemos algo para o cara fazer aquilo”, concluiu.