Anitta questiona PEC que institui mensalidade em universidades públicas: "Tô perdida"

A cantora Anitta, que se engajou recentemente na campanha para que jovens tirem o título de eleitor, questionou nesta terça-feira (24) a proposta em tramitação na Câmara dos Deputados que pode instituir cobrança de mensalidade em universidades públicas. 

Através do Twitter, a artista de sucesso internacional respondeu a uma postagem da União Nacional dos Estudantes (UNE) denunciando a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 206, que entre outros pontos propõe que os alunos passem a pagar pelo ensino superior público, que atualmente é gratuito. 

De autoria do deputado bolsonarista General Peternelli (União Brasil-SP) e relatada pelo ex-bolsonarista Kim Kataguiri (União Brasil-SP), a proposta foi colocada na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) desta terça-feira (24) e pode já ser votada. 

"Olá, Anitta. Está pra ser votada hoje na CCJ a cobrança de mensalidade nas universidades públicas do Brasil! Estamos em mobilização o dia todo para mostrar o nosso repúdio a esse projeto. Vamos participar com a UNE? É só usar a #PEC206nao e marcar a gente! Simbora", diz publicação no perfil da UNE. 

A cantora, então, respondeu com um questionamento: "Como assim cobrança se a faculdade é pública? Cobrar a quem? Tô perdida". 

Deputados da oposição ao governo Jair Bolsonaro (PL) vêm se mobilizando para tentar barrar a aprovação da PEC e sua própria votação. 

"Sou contra a cobrança de mensalidade em universidade pública. A gente tem que facilitar o acesso da garotada ao ensino superior, não criar barreira. Dito isso, o projeto tem outros problemas graves. Ele sequer define claramente quem teria e quem não teria que pagar", disse o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ). 

"As universidades federais devem ser públicas e gratuitas. É a única forma de democratizar o conhecimento e dar oportunidades para os filhos do povo trabalhador. Os bolsonaristas querem impedir os negros e os pobres de estudar. Mensalidade, NÃO!", afirmou, por sua vez, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP). 

Militares têm projeto no mesmo sentido 

A informação a respeito da votação na Câmara foi divulgada no mesmo dia em que veio a público um projeto feito por militares. Eles traçaram um cenário no qual foi projetado o domínio do bolsonarismo no Brasil até 2035. 

Um dos eixos do documento “Projeto de Nação, o Brasil em 2035” é justamente a cobrança de mensalidades em universidades públicas e o fim da gratuidade do Sistema Único de Saúde (SUS). Saiba mais aqui.