O mítico guitarrista britânico Eric Clapton, de 76 anos, um dos deuses do Rock'n'Roll, resolveu escrever mais um capítulo vexatório de seu ocaso ao afirmar durante uma entrevista ao canal The Real Music Observer, do YouTube, na última sexta-feira (21), que as vacinas para proteção contra a Covid-19 são não verdade uma ferramenta para "hipnose de formação de massa".
A declaração ridícula foi apenas mais uma de seu repertório negacionista desde o início da pandemia. Clapton já compôs uma música contra o lockdown e afirmou várias vezes que se recursará a tocar em locais que exijam comprovante de imunização.
"Seja qual for o memorando, não chegou até mim. Então comecei a perceber que havia realmente um memorando, e um cara, Mattias Desmet (um professor de Psicologia da Universidade de Ghent, na Bélgica), falou sobre isso. E é ótimo. A teoria da hipnose de formação de massa. E eu pude ver isso então. Assim que comecei a procurar, vi em todos os lugares… "Então me lembrei de ver pequenas coisas no YouTube que eram como publicidade subliminar. Já estava acontecendo há muito tempo: aquela coisa de 'você não terá nada e será feliz'. 'E eu pensei: 'O que isso significa? E, pouco a pouco, montei uma espécie de quebra-cabeça. E isso me deixou ainda mais resoluto", disse o lendário músico numa fala confusa e pretensamente mística.
Ele admitiu ao entrevistador que se imunizou com a vacina produzida pela AstraZeneca, mas que isso teria ocorrido porque ele cedeu à forte propaganda da farmacêutica e dos órgãos públicos e de comunicação, mas contou que tão logo fez "descoberta" sobre a "conspiração", abandonou o esquema vacinal.
O guitarrista afirmou ainda que teve "efeitos colaterais desastrosos" e duradouros e que, se pudesse voltar atrás, jamais teria recebido as doses.
"Minhas mãos e pés estavam congelados, dormentes ou queimando, e praticamente inúteis por duas semanas. Eu nunca deveria ter chegado perto da agulha. Mas a propaganda dizia que a vacina era segura para todos", disse.
Hipnose para formação de massa
A teoria de que há uma "hipnose de formação de massa", citada por Eric Clapton, já foi refutada pelas maiores autoridades científicas que estudam o funcionamento da mente humana. A tese defendida pelo tal professor Mattias Desmet, e que ganhou notoriedade nos últimos anos por ser disseminada nas redes sociais pelo virologista norte-americano Robert Malone, banido do Twitter por defender versões negacionistas estapafúrdias em relação à pandemia, afirma que pessoas podem ser "programadas" para ficarem "semiconscientes" de seus atos e assim serem "controladas". Clapton, ao aderir à tese de Malone, crê que a vacina é que conduziria a esse suposto estado de transe.
Segurança das vacinas
Todos os imunizantes contra a Covid-19 autorizados para o uso no mundo tiveram sua segurança e eficácia testadas à exaustão por órgãos reguladores dos EUA, União Europeia, China, Japão e Brasil, por exemplo. Os efeitos colaterais são leves e comuns a outros tipos de vacina na imensa maioria dos casos.
As poucas suspeitas de reação grave são raríssimas e insistentemente estudadas não só pelos fabricantes dos imunizantes, mas também por cientistas, laboratórios e instituições independentes ao redor do mundo.