De acordo com o coletivo Agora É Que São Elas, um grupo de transexuais e trabalhadoras sexuais que vivem em Roma, formado majoritariamente por brasileiras e mulheres da América do Sul, pediu ajuda à Igreja e teve resposta imediata. Quem relatou o acontecido foi Dom Andrea Conocchia, pároco de Torvaianica, em Roma.
Impossibilitadas de trabalhar desde que as estradas foram fechadas, elas foram à igreja pedir ajuda Dom Andrea, que se disse tocado pela solidariedade dessa comunidade trans, onde todas dividem o aluguel e as vidas. “Obviamente, eu ajudei, entendi que elas estavam mal e não fiz muitas perguntas”, disse o pároco, que preparou cestas básicas e entregou a elas.
A história se espalhou e o grupo aumentou: cerca de 10 travestis e transexuais recorreram à paróquia. E Dom Andrea decidiu falar com Vaticano. “Como eram quase todos brasileiras, colombianas e argentinas, sugeri que enviassem uma mensagem ao Papa. Elas escreveram e eu entreguei ao cardeal Krajewski, que conheço há algum tempo. Obviamente, avisei-o dizendo que eram pequenas cartas protocolares, em espanhol, assinadas com pequenos corações”, disse ele.
Alguns dias depois, o grupo recebeu mensagem do próprio Papa Francisco, dizendo que havia ficado sensibilizado com a situação. Com a carta, veio uma ajuda financeira do departamento da Curia Romana voltado a ações beneficentes.
Através de Krajewski, a pequena comunidade trans enviou um áudio em espanhol agradecendo a Francisco: “Muito obrigado ao Papa Francisco. Deus te abençoe, obrigado por tudo. Mil bênçãos. Que a Virgem te proteja.”