Gabriela Pugliesi, influenciadora que vende um estilo de vida saudável, depois de dar uma festa em casa, postar fotos e vídeos do encontro com as amigas na internet para seus 4,5 milhões de seguidores, fazer um teatro pedindo desculpas "a quem se ofendeu" e perder mais de 10 contratos com grandes marcas como Rappi, Liv Up, Hope e Kopenhagen, além de mais de 100 mil seguidores, apagou sua conta de Instagram.
Para a maioria das pessoas, isso não importa tanto, mas a plataforma era seu ganha pão (e mimos): Gabriela faturava, em um mês dos bons, mais de 200 mil reais com "publis", de onde veio o apelido "Publiesi" nas redes sociais. Os contratos com influenciadores têm todos uma cláusula anti-polêmica: se o artista ou influenciador fizer algo com risco de queimar o anunciante, o acordo pode ser interrompido sem nenhuma multa. E assim foi.
Gabriela Pugliesi surgiu na internet com um discurso de superação: a garota que era infeliz com seu corpo e, com esforço, sofrimento, méritos próprios, muita força de vontade e privação de comida, conquistou o corpo "dos sonhos". Foi precursora no segmento de musa fitness do Instagram e ganhou muito, muito, muito dinheiro vendendo um "estilo de vida saudável"que focava, sobretudo, em forma física. Ao longo de sua "carreira" (?), acumulou polêmicas, como uma separação barraquenta, brigas com a ex mulher de um namorado e muita ideia errada sobre como as garotas deveriam fazer de tudo para conquistar aquele corpo magro e sarado, até deixar nudes prontos para serem vazados caso saíssem da dieta.
A influenciadora já saiu de outras polêmicas antes apenas pedindo desculpas, mas, ao mexer com uma questão tão séria como a saúde e a responsabilidade diante de uma pandemia, com pessoas hospitalizadas, mortos sendo enterrados em valas comuns, pessoas perdendo seus familiares sem poder se despedir, deixou claro que o "foda-se a vida" que ela bradou com seu drink na mão durante a festa era a vida dos outros, mas acabou sendo a dela.