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por Rodrigo Vianna
A duas semanas da eleição, parece muito próxima de se cumprir a previsão que fizemos aqui, em agosto (quando Haddad tinha menos de 5% das intenções de voto e Bolsonaro ainda não havia furado o teto dos 20%): o segundo turno se dará entre os candidatos do PT e do PSL - quem tiver interesse, pode clicar aqui para entender melhor porque prevíamos que essa seria uma eleição sob o signo do "anti-sistema".
Alckmin e os tucanos revelam desespero, e estão quase fora do jogo, mas podem cumprir o papel de desgastar um pouco Bolsonaro antes do segundo turno.
Ciro Gomes mostra uma resistência impressionante, ao manter-se na briga, mesmo sem contar com estrutura nem tempo na TV. Foi por isso que escrevi há alguns dias nas redes sociais que é preciso respeitar a candidatura de Ciro.
Marina derreteu, e joga para cumprir tabela apenas. Não me espantaria se ela, na reta final, declarasse apoio a Ciro Gomes ou ao candidato do PSDB, se perceber que essa é a melhor forma de impedir o segundo turno entre o fascismo e o PT.
Mas qual o jogo do mercado (bancos), da mídia (Globo, principalmente) e do candidato deles (Alckmin/PSDB), nessa reta final do primeiro turno? Parecem operar com três variáveis:
- desgastar Bolsonaro, expondo as maluquices do economista Paulo Guedes;
- criar um clima que impeça a consolidação definitiva do cenário PT x Bolsonaro;
- disseminar o "medo" do que o confronto PT x Bolsonaro poderia significar.
- Bolsonaro cai, sob o ataque cerrado de Alckmin; tucanos rezam para que seja uma queda abrupta o suficiente para colocar o PSDB de volta no páreo; este blogueiro acha que o mais provável é que Bolsonaro caia um pouco, mas se consolide com cerca de 25%;
- Haddad sobe mais, e chega perto da eleição com algo entre 20% e 25%;
- Ciro se mantem no páreo, e pode até crescer um pouco (se for reconhecido como "terceira via"), mas dificilmente terá força para furar o teto de 15% (se virar o candidato da Globo e do mercado, perde parte de seu eleitorado à esquerda);
- Alckmin vai disputar com Ciro a prerrogativa de ser a "alternativa" à polarização; se a improvável operação der certo, promoveria uma virada espetacular na qual nem os tucanos acreditam; tende a terminar a eleição com cerca de 10%;
- Marina definhou, mas pode influir decisivamente na reta final, se declarar voto em Ciro ou Alckmin, alterando assim o quadro acima descrito;
- Amoedo, Alvaro Dias e Meireles podem ter os votos drenados para Alckmin ou Bolsonaro - a depender do que aconteça nos próximos dias;
- Boulos joga para o futuro, e cumpre o papel digno de defender princípios claros nos debates.
- operações midiáticas de última hora contra o PT;
- modificações no quadro de saúde de Bolsonaro.