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[caption id="attachment_13431" align="alignleft" width="235" caption="Não será mais possível tampar o rosto pra fingir que nada aconteceu"][/caption]
por Rodrigo Vianna
A presidenta Dilma indicou, finalmente, os sete integrantes da Comissão da Verdade - que vai investigar os crimes ocorridos durante a ditadura militar. Chama a atenção o pluralismo: houve a preocupação de indicar pelo menos duas personalidades que possuem (ou possuiram) ligações estreitas com os tucanos - Paulo Sergio Pinheiro e José Carlos Dias. Aliás, ressalte-se que as primeiras iniciativas de "reparações" a presos e torturados pela ditadura foram tomadas no governo de FHC.
As indicações de Dilma reforçam o caráter republicano e suprapartidário da Comissão. Ótima sinalização. O Brasil demorou demais para investigar seu passado durante a ditadura. Mas agora que o faz, parece que escolhe o bom caminho.
O governo Dilma tem recebido muitas críticas pela esquerda em áreas como Cultura, Meio Ambiente, Comunicações. Críticas quase sempre merecidas. Mas parece ter escolhido duas batalhas para travar, sem tréguas: a luta contra os juros (que sinaliza também para por um novo projeto de desenvolvimento, com a defesa da indústria nacional e o enterro do neoliberalismo) e a luta contra os que se recusam a encarar o passado de crimes cometidos na ditadura militar. São tarefas gigantescas, por si só.
OS SETE NOMES DA COMISSÃO
Paulo Sério Pinheiro dedica-se à causa dos Direitos Humanos, com atuação reconhecida internacionalmente. José Carlos Dias foi advogado na época da ditadura e depois Ministro da Justiça de FHC. Os outros cinco nomes indicados por Dilma são:
- Claúdio Fontelles, ex Procurador Geral da República (não alinhado com brindeiros e gurgéis);
- Maria Rita Khel, psicanalista (aquela mesma demitida do "Estadão" em 2010, por se recusar a seguir a linha estrita de apoio a Serra);
- José Paulo Cavalcanti Filho, jurista;
- Gilson Dipp (ministro do STJ, um dos responsáveis pela consolidação do CNJ - Conselho Nacional de Justiça);
- Rosa Maria Cardoso da Cunha (advogada de presos políticos, defendeu a própria Dilma durante a ditadura).
Sobre as indicações, Luiz Carlos Azenha conversou com Ivan Seixas, que foi preso político e hoje dirige o Condeph (Conselho estadual de Direitos Humanos, em São Paulo).
Ivan elogiou as indicações e contou um episódio que demonstra a coragem da advogada Rosa Maria.
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