Oi comunidade. Ando sumida né? A reta final dessa jornada na terra de Mao Zedong tem sido tão intensa que não consegui manter o ritmo dos meus registros, pois para contar histórias é preciso antes de tudo vivenciar as experiências.
Na última vez que contei sobre minha aventura aqui na China o Brasil estava na reta final da campanha eleitoral. Eu havia acabado de fazer a cobertura do histórico 20o Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCCh), que foi realizado entre 16 e 22 de outubro.
Ao longo da semana entre essa atividade intensa e impactante de presenciar o mais importante evento político do calendário chinês e o segundo turno das eleições brasileiras, no dia 30 de outubro, me dediquei a colaborar com a comunidade brasileira na China que apoia Lula na organização da 'Festa da Democracia'.
Juntei-me a valorosos compatriotas que moram em Beijing e em outras cidades chinesas - em especial Renato, Rafael, Dani, Marco e Ting - para organizar nossa festa brasileira, com música, comida e alegrias do nosso país. Minha tarefa foi a de convidar meus colegas jornalistas estrangeiros, de países do Sul Global, que participam do mesmo programa que eu.
A celebração da democracia brasileira antes mesmo da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva - já que estou 11 horas à frente do Brasil - foi um sucesso! Além da nossa alegria esperançosa pela vitória de Lula, foi o ponto de partida para uma construção coletiva de uma rede de jornalistas e pesquisadores do Sul Global.
A Global South News já tem até site, graças à diligência do colega do Sudão, Mohammed Saad, que é o editor-chefe do site The Bland News, e tomou à frente para transformar a ideia em realidade. Estamos dando os primeiro passos e em breve teremos novidades.
Esse espaço multiétnico e multilíngue que vai abrigar textos de jornalistas sobre os próprios países. Mostrar a história dos nossos povos, desafios e esperanças a partir dos nossos olhares. Queremos construir nossas próprias histórias sem os vieses da mídia ocidental hegemônica.
Esse projeto é minha menina dos olhos. Pois durante a convivência e a troca com os meus colegas de países em desenvolvimento eu pude constatar que não é apenas o Brasil e a China que são retratados de forma estereotipada pela mídia hegemônica ocidental. Esse é um fenômeno que tem relação direta com a configuração geopolítica mundial.
Não se trata de mostrar que somos o paraíso na terra. Todas essas nações têm desafios enormes para superar. A questão é que temos que dar um basta a estereótipos que só servem para alimentar preconceito e desinformação. Temos que tomar a rédea sobre a história da nossa jornada.
E nesse sentimento de articular redes de jornalistas e comunicadores, eu concedi duas entrevistas que foram muito importantes para mim: uma para a Rádio China Internacional (CRI, na sigla em inglês), para a minha querida amiga Shi Xiaomiao, a Isabela. Uma chinesa generosa, simpática e que se transformou em uma grande amiga minha. Trocamos muitas impressões sobre a vida, a política e o mundo. Um dos tesouros que conquistei nessa viagem. Confere aqui:
Mais um encontro incrível foi com outra chinesa maravilhosa, a Li Jingjing, que é jornalista da CGTN em Inglês e mantém um canal no YouTube no qual promove diálogos com vozes silenciadas pela mídia hegemônica ocidental. Foi um encantamento à primeira vista. Ela é linda, fashion, inteligente e divertida e uma voz potente em defesa de um mundo multipolar. Junto com outro grande camarada na China, o brasileiro Marco Fernandes, conversei sobre Brasil, Lula, América Latina, Sul Global e China com a Jingjing. Veja como foi:
Marco é brasileiríssimo e mora em Beijing e junto com a companheira dele, a diva Ting Quan, uma chinesa-brazuca-internacionalista, forma um casal mágico. Eles atuam no fundamental Instituto Tricontinental de Pesquisa Social, cujo conteúdo é um farol para compreender a experiência chinesa e que considero uma leitura obrigatória para quem quer se localizar por aqui.
Ainda tenho mais novidades para contar, mas vou guardar para outro dia. Quero compartilhar como foi conhecer o centro financeiro da China, a inesquecível e apaixonante Shanghai. Volto assim que possível.
Beijinhos de Beijing