Pai não ajuda, pai participa

Participar não torna um homem um pai incrível, nem é um superpoder. É uma escolha que pode tornar nossa sociedade mais justa

(Foto: Freepik)
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Pai não ajuda. Pai participa. Pai é o sócio no negócio vitalício chamado Nosso Filho. É acionista 50-50 da empresa chamada Nossa Casa, quando mora nela. Nesse caso, não é um "favor" quando ele lava a louça ou a roupa. Passa uma vassoura. Arruma as crianças pra ir pra escola. Dá banho, jantar, põe pra dormir.?????????
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Quando mulheres tratam esses (e outros) afazeres como ajuda, favor, auxílio, reforçam a ideia de que são elas as responsáveis por aquelas tarefas quando, na verdade, não deveriam ser, já que ambos são pais da mesma criança e/ou vivem sob o mesmo teto.
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"Ah, mas ele trabalha e eu só fico com as crianças…" - Dá pra fazer "jogo dos erros" nessa frase.

  1. Ele trabalha FORA.
  2. Ficar com as crianças é um trabalho que exige MUITAS habilidades.
  3. "SÓ" não cabe numa frase sobre cuidar de filhos. É muita coisa pra ser "só" isso.
  4. Filhos não são responsabilidade apenas da mãe assim como "coisas de casa" não são apenas função da mulher. Ou não deveriam ser.

Dá pra ir além. Sai fácil aquele agradecimento quando papai faz um almoço delicioso, né? E quem agradece a mãe todas as vezes que ela cozinha? Sem falar na carga mental - o trabalho invisível de planejar e gerenciar a casa, os filhos, a vida da família que, quase que invariavelmente, fica com a mãe.?????????
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Se o pai não mora com a mãe e faz algo pelos filhos que vivem na casa dela, não, ele não é um paizão, meus caros. Ele faz o que tem que ser feito.
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Experimenta se perguntar quantas vezes uma mãe solo é verdadeiramente reconhecida por dia por remar esse barco sozinha. Verdadeiramente reconhecida significa ser apoiada, ajudada efetivamente. Não é ser chamada de heroína ou guerreira - rótulos que levam muitas vezes essa mulher a buscar um troféu ilusório por "dar conta" de uma tarefa que não é só dela.

Pai não ajuda. Pai participa. E participar não torna um homem um pai incrível, nem é um superpoder. É uma escolha que pode tornar nossa sociedade mais justa com quem, apenas nos filmes, é salvo em primeiro lugar: as mulheres e as crianças.