Um jovem que esteve na caminhada com Lula no último dia 12 de outubro em Salvador foi alvo de várias fake news de cunho racista nos grupos bolsonaristas. Na mentira mais recente, ele é apontado como um suposto preso após o tiroteio registrado perto de um evento de campanha de Tarcísio de Freitas em São Paulo.
Um vídeo originalmente publicado na rede social Kwai, mas que foi identificado pela equipe do DataFórum circulando nos grupos bolsonaristas no Telegram e no WhatsApp, associa o jovem Anderson Mamede ao episódio envolvendo o candidato bolsonarista em São Paulo.
As publicações mentem que ele seria morador do Complexo do Alemão, onde Lula também esteve recentemente em caminhada, e que teria sido preso acusado de envolvimento no tiroteio em Paraisópolis, fato que foi usado politicamente pelos bolsonaristas.
Anderson Mamede já tinha sido alvo de fake news racistas após publicar um vídeo no qual aparece cumprimentando Lula durante o evento em Salvador. Imagens de pessoas semelhantes a ele presas ou armadas foram usadas em montagens que circulam nas redes bolsonaristas para associá-lo ao crime e atingir Lula.
Anderson é líder comunitário do Nordeste de Amaralina, um bairro da parte Sul de Salvador, e veio a público desmentir as acusações.
De acordo com reportagem do jornalista Tiago Queiroz do site Nordeste Eu Sou, Anderson é nascido e criado na região. Conhecido também como "o Rasta", por causa do cabelo rastafari, ele está à frente da Associação Cultural do Nordeste de Amaralina (ACNA). O local disponibiliza para a comunidade aulas de boxe, capoeira.