O vídeo da reunião ministerial de 22 de abril foi revelado. A primeira constatação é: o governo é movido unicamente pelo viés ideológico, de Paulo Guedes até o aluado Weintraub, e além disso, composto por uma equipe fraca, cheia de gente sem experiência, descolada com a realidade e compromisso com a vida real, uma gente sem pragmatismo ou mesmo experiência prática em resolver qualquer problema de interesse à população brasileira.
Uma gente agressiva, hidrofóbica e que está determinada a governar para uma minoria. Ideológicos que não buscam em hipótese alguma unificar o país. Trabalham com a divisão do país.
Bolsonaro está perdido, não sabe o que fazer. Para o azar dos brasileiros, ele ainda vive em 2018, nunca saiu da campanha e sabe apenas proferir discursos inflamados e eleitoreiros até mesmo nas reuniões fechadas, onde não há militantes, imprensa ou qualquer tipo de palanque.
Quem tiver coragem e estômago para assistir a reunião verá que, em nenhum momento, é falado sobre a pandemia. No dia 22 de abril o país já havia sepultado 2.906 brasileiros por conta da covid-19 e quase 50 mil pessoas estavam contaminadas.
Pelo contrário! Nos raros momentos em que a doença foi mencionada, foram em dois contextos: para atacar governadores e prefeitos, e para tentar tirar alguma vantagem.
Como o ministro do turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que falou:
“Visando duas coisas, eu já vou terminar, que é primeiro melhorar essa logística do profissional de saúde, que sempre tem um hotel próximo ao hospital ... aos hospitais e também a preservação da família desses profissionais, mostrando, obviamente, a sensibilidade do presidente Jair Bolsonaro na preocupação com essas vidas desses profissionais”.
Foi o único momento da reunião em que algum projeto foi proposto, mesmo que de foro oportunista.
O professor de história Thiago Kruse ainda foi mais preciso em seu Twitter:
“O governo é tão ineficiente porque vive nessa performatividade constante: quase todos ali não querem resultados, querem externar suas loucuras. Salles é exceção, esse é 100% focado em destruir o meio ambiente. Não foi uma reunião: foi uma sessão de terapia em grupo na qual cada um falava das suas obsessões, sem diálogo".
Está flagrante ali que o Brasil não era prioridade, mas sim suas próprias vaidades e que, se Bolsonaro pudesse, já teria colocado fogo no país.
A reunião e o vídeo serviram para mostrar um presidente fraco, uma pequenez que não faz jus ao tamanho da sua perversidade.
Um homem que usou seu cargo como mandatário máximo do país, que usou um prédio público, dinheiro público e diversos cargos públicos para pregar a secessão do país em um momento de crise e dificuldade de milhões de brasileiros.
A reunião mostrou que o Brasil é um trem desgovernado. Salve-se quem puder!
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fórum