Antes de tudo, não, não estou acusando o presidente da República de ser membro de uma organização criminosa (embora uma década de relações diga o contrário).
Acontece que o orgulho de ser miliciano é justamente um dos pilares destes grupos criminosos que encontraram no presidente um patrono, um benfeitor que não perde tempo em salpicar suas benesses aos bandidos que praticam extorsão, tortura e assassinam que bem entenderem sem qualquer represália do Estado. Afinal de contas, infelizmente, eles se tornaram parte do Estado brasileiro e se sentem representados pelo mandatário máximo do país: o presidente.
Essa semana Jair Bolsonaro deu mais uma de suas entrevistas para a CNN Brasil (ASCOM do Planalto). Lá mais uma vez estimulou a reabertura do comércio e o fim do isolamento social.
Não demorou para citar entre os exemplos a comunidade de Rio das Pedras, aquela do laranjeiro Fabrício Queiroz e da milícia Escritório do Crime, grupo criminoso que era comandado pelo miliciano Adriano da Nóbrega. Veja a entrevista:
Acontece que é a mesma Rio das Pedras que está sofrendo na mão dos milicianos que estão forçando de forma compulsória a abertura dos comércios da região, tudo para que possam prosseguir com as extorsões contra cidadãos brasileiros e que pagam seus impostos, mas que não conseguem ter o mínimo de dignidade para viver.
A situação, inclusive, foi alvo de uma reportagem do G1, que contou com depoimento das vítimas cansadas e revoltadas com as ações criminosas.
O pior ainda é ver que a perca de dignidade de brasileiros é usada como exemplo de boa convivência pelo presidente do país.
Os milicianos se sentem chancelados pelo presidente e assim seguem com a selvageria.
Quando Bolsonaro elogia a reabertura do comercio em Rio das Pedras eles está elogiando diretamente a ação de quadrilhas e grupos criminosos que seguiram as orientações dele.
Não há nada mais gratificante para um criminoso do que o presidente do país abençoando seus delitos.
E não há nada mais vergonhoso para o cidadão brasileiro do que viver sob esse escárnio.
É claro as cosias não param por aí, o presidente tratou de facilitar o trabalho não só de milicianos, mas de todo e qualquer criminoso no país ao revogar, nessa sexta-feira (17/4), as portarias do Comando Logístico (Colog) nº 46, 60 e 61, de março de 2020, que tratavam do rastreamento, identificação e marcação de armas, munições e outros produtos.
Ano passado o presidente já havia facilitado, inclusive, o acesso para armas mais potentes.
Com isso Bolsonaro dificulta o trabalho de policiais e forças de segurança que atuam no combate ao crime organizado.
Sim, enquanto milhões de brasileiros estão preocupados com seus empregos e com sua saúde, o presidente não pensa duas vezes em beneficiar organizações criminosas do país todo.
“Doutor, eu não me engano. O ********* é miliciano!”
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fórum